Uma coordenação formada apenas por jovens para pensar e dialogar sobre a evangelização da juventude brasileira. Antigamente, poderia parecer um sonho. Mas, há um ano a Coordenação Nacional de Pastoral Juvenil, formada por jovens de diferentes expressões eclesiais, é uma realidade.
Desde 7 de outubro de 2011, dez jovens representando as pastorais da juventude (4 representantes), os movimentos (2), as congregações (2) e as novas comunidades (2) reúnem-se para refletir sobre a evangelização da juventude brasileira a partir do olhar juvenil.
Entre outros trabalhos, a equipe produziu o material do Dia Nacional da Juventude (DNJ) a ser celebrado em todas as dioceses brasileiras ainda em outubro, e os subsídio de preparação de jovens para a JMJ Rio 2013 e a Semana Missionária, que antecede o evento com peregrinos de todo o mundo.
Confira a atual composição da Coordenação de Pastoral Juvenil.
Para o presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Juventude, dom Eduardo Pinheiro, a coordenação responde, em nível nacional, a uma pedido do Documento 85, sobre Evangelização da Juventude, para valorizar as várias expressões na unidade de suas forças. “A coordenação garante, principalmente, dois elementos: o protagonismo juvenil e a visão jovem das coisas. Esse contributo não tem preço e significa muito mais do que simples execução de função ou realização de atividades”, disse ele, que também é bispo auxiliar de Campo Grande.
Na opinião de dom Eduardo, o desafio da unidade é abraçado pelos jovens com mais entusiasmo e produtividade do que pelos adultos. “Essa coordenação dá-nos a certeza de que esse objetivo é possível, testemunhando ao mundo adulto que a vontade de Deus - "Que todos sejam um" - já pode ser uma realidade percebida.”
A jovem Sarah Oliveira, secretária nacional da Pastoral da Juventude Estudantil, está no grupo a menos tempo. Para ela, esse primeiro ano “de conhecimento mútuo, escuta e construção da identidade, missão e trabalho” foi muito positivo. “Este espaço de diálogo garante que a evangelização dos jovens aconteça de maneira profunda e processual, respeitando as diferenças das expressões, mas garantindo a unidade que temos enquanto Igreja jovem”, afirmou.
Eficácia
O padre Antônio Ramos do Prado, mais conhecido como padre Toninho, é um dos assessores nacionais da Comissão Episcopal para a Juventude e assessora mais diretamente os jovens coordenadores. Segundo ele, a coordenação nacional é fundamental para que a evangelização da juventude seja eficaz. “A coordenação anima a evangelização dos jovens e os representa com suas várias expressões na unidade na diversidade.”
Segundo Félix Siriani, da Articulação da Juventude Salesiana e representante das congregações, o grupo contribui com o diálogo, amadurecimento e desenvolvimento das inúmeras ações de evangelização que a juventude católica realiza no país. Este primeiro ano ajudou a definir a identidade da coordenação. “Ainda estamos em fase de construção, de compreensão desta nova dimensão da Igreja, e como representarmos, efetivamente, a juventude brasileira, principalmente a juventude católica.”
Opção preferencial
Para o secretario nacional da Pastoral da Juventude, Thiesco Crisóstomo, a coordenação é um sinal da pluralidade da Igreja e mostra a opção preferencial pelos jovens. “Uma coordenação para a juventude composta apenas de jovens, quando a realidade nas dioceses e paróquias tem sido de clericalizar a ação pastoral, mostra um olhar muito à frente daquilo que se está constituindo na base. Esta coordenação é sinal do verdadeiro espírito de Puebla [3a Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano, em 1979] e, porque não dizer, do próprio Vaticano II”.
Adriano Gonçalves, consagrado da comunidade Canção Nova, está desde o início da equipe. Na opinião dele, a coordenação é um espaço de crescimento enorme. “Diante das diferenças que percebemos nos olhares para e com os jovens não encontramos barreiras, e sim pérolas, realmente riquezas para uma evangelização mais eficaz da juventude no Brasil.”
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