Anel de tucum é um anel feito da semente de tucum, uma espécie de palmeira nativa da Amazônia. É utilizado por fiéis cristãos como símbolo do compromisso preferencial das igrejas, especialmente da Igreja Católica, com os pobres.O anel tem sua origem no Império do Brasil, quando jóias feitas de ouro e outros metais nobres eram utilizados em larga escala por membros da elite dominante para ostentarem sua riqueza e poder. Os negros e índios, não tendo acesso a tais metais, criaram o anel de tucum como um símbolo de pacto matrimonial, de amizade entre si e também de resistência na luta por libertação. Era um símbolo clandestino cuja linguagem somente eles compreendiam.
Mais recentemente, a utilização do anel de tucum foi resgatada por fiéis cristãos, especialmente adeptos da teologia da libertação, com o objetivo de simbolizar a aliança das igrejas com os pobres e oprimidos da América Latina, especialmente por fiéis católicos após o Concílio Vaticano II e as Conferências Episcopais de Medellín e de Puebla.
O Anel de tucum foi tema de documentário homônimo dirigido por Conrado Berning em 1994. No filme, o bispo católico Dom Pedro Casaldáliga, um dos entrevistados, explica da seguinte maneira a utilização do anel:
“ Este anel é feito a partir de uma palmeira da Amazônia. É sinal da aliança com a causa indígena e com as causas populares. Quem carrega esse anel significa que assumiu essas causas. E, as suas conseqüências. Você toparia usar o anel? Olha, isso compromete, viu? Muitos, por causa deste compromisso foram até a morte. ”
Embora o anel de tucum, tenha sido originalmente criado para simbolizar o matrimônio entre escravos e índios, atualmente, em meios cristãos, o anel é usado para representar a preocupação com causas populares, e pela igualdade. Católicos tradicionalistas por sua vez, especialmente devido a forte ligação entre os usuários do anel de tucum e a teologia da libertação, consideram que este ”é uma ostentação de pobreza. E ostentar virtude é vaidade que anula toda virtude. Usar isso, para demonstrar amor aos pobres, mais é demagogia do que virtude. Se alguém é realmente pobre, deve praticar essa pobreza e o desprezo das riquezas, sem ostentação, porque se não é pura vaidade e desejo de ser considerado pobre e bom. Isso é orgulho mascarado de pobreza”.
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