Era uma manhã de domingo e ele acordou antes dela. Os raios de Sol já entravam pelas frestas da janela e ajudaram a iluminar um pouco mais o quarto. Com um pouco de luz ele pôde ver o rosto dela e sorriu. Era como se um filme passasse diante dos seus olhos e o final era feliz.
Ele se julgou um cara com muita sorte. Não acreditava que fosse cheio de qualidades a ponto de ter conquistado o carinho daquela moça. Era certo, porém, que deveria ter algumas sim. E, possivelmente, seriam as qualidades que ela mais apreciava. Afinal já eram alguns anos de convivência em comum e de casamento.
Em sua cabeça era como se todos estes anos fossem dias que aconteceram nas últimas semanas. Tudo foi tão intenso e tão bacana que até as dificuldades passadas serviram para fortalecer ainda mais aquela união.
Ele se recorda bem (e faz questão de valorizar a boa memória que diz cultivar) que foi numa tarde ao lado da catedral que ele a viu pela primeira vez. Lembra que fez questão de ajudá-la porque ela parecia perdida e procurava por alguém. Quem sabe ela não estaria interessada em participar da PJ? E estava. Ela procurava por seu melhor amigo que, semanas antes, a tinha chamado para participar daquela reunião de rearticulação da PJ diocesana.
Ela era toda cheia de sorrisos, cheia de encantos, mas cheia de mistérios também. E tudo isso o foi encantando. Ele demorou pouco mais de um ano para ter a certeza (clareza ou coragem, talvez) e se declarar para ela. E ela teve oito meses de insistentes interpelações dele para acabar aceitando.
Eles partilhavam de sonhos comuns e um deles era o fortalecimento do trabalho pastoral. Junto com os companheiros da diocese estiveram lado a lado em formações, encontros, assembleias, retiros, viagens e visitas. Eram muitos finais de semana fora de casa. Seus pais quase não os viam. Trabalhavam e estudavam durante a semana e faziam pastoral nos sábados e domingos.
Ele tinha certeza que aquele relacionamento só estava dando certo pela comunhão dos sonhos e pela fidelidade ao projeto de Jesus. Por várias vezes se perguntou que outra garota toparia namorar um sujeito que mal está em casa aos finais de semana?
Apesar de terem estes pontos todos em comum, a diferença também os enriquecia. Ele era mais centrado, ela mais batalhadora. Ele analisava todos os pontos de vista, ela era mais mão na massa. Ele muito racional, ela muito afetiva. E nessas particularidades, um foi aprendendo com o outro. E foram crescendo no respeito e na admiração mútuas.
Ele nem teve tempo de continuar a viajar em seus pensamentos e lembrar do noivado e do casamento (cheio de gente da PJ), dos períodos de doença, da volta para a faculdade, dos novos empregos, das pessoas que se foram e daquelas que entraram em suas vidas.
Durante estas divagações sobre a relação de ambos, ela foi acordando naquela manhã de domingo. Ela se virou e reparou que ele a observava. Ela sorriu e ele lhe desejou um bom dia. Um beijo foi sua resposta. Um novo sorriso se abriu em seu rosto. Ela contou que tivera um sonho e nele estavam tantos e tantas que passaram ou que estão ainda na Pastoral da Juventude. Muitos casais entre eles. Hoje alguns destes casais nem estão mais juntos, mas no sonho que ela teve estavam retratados os momentos felizes que toda aquela turma viveu.
E foi pensando nessa gente toda e olhando a própria vida que eles pensaram no bem que é fazer um processo bem feito na PJ. Saber que se é pessoa humana e por isso digna de respeito, carinho e cuidado. E reconhecer no outro estes mesmos valores e necessidades. E saber que esta relação de troca e de carinho é abençoada porque cultivam um projeto comum e que extrapola as paredes de sua própria casa e espalha amor para muita gente. E viva o amor!
Fonte: http://www.pejotando.blogspot.com.br
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