“É preciso amar as pessoas como se
não houvesse amanhã.”
(Renato Russo)
Por que pensar que “A juventude quer viver”?
O Projeto “A Juventude quer Viver” nasce na fidelidade ao projeto de Jesus que nos envia em missão para que todos tenham vida e vida em abundância (Jo 10,10). Nasce da necessidade de no estágio da militância do Processo da Educação na Fé, e com base na rede de grupos de jovens em todo o Brasil, reunirem-se propostas e pautar políticas públicas e sociais de/com/para a juventude, como forma de promover sua participação e protagonismo, garantindo que os autores dessas instâncias sejam os próprios jovens promovendo a mobilização coletiva da PJ de forma mais organizada, orgânica e qualificada.
Segundo a pesquisadora Regina Novaes1 essa geração jovem tem três características comuns: “o medo de morrer”, referindo-se ao alto número de jovens vítimas da violência letal; o “medo de sobrar”, por causa dos índices de exclusão social e econômica a que os jovens se encontram submetidos em nossa sociedade, em especial no que tange à questão do desemprego e à marginalização social; e o “medo de ficar desconectado”, referindo-se ao risco de não pertencimento aos grupos sociais nos quais convive. Trata-se de três grandes marcas geracionais.
No que se refere à questão do “medo de morrer”, relacionado ao tema da violência, podemos falar num verdadeiro genocídio, principalmente contra a população jovem negra e masculina. Um problema grave que exige da Pastoral da Juventude um posicionamento público e uma ação mais efetiva em relação a algumas questões que afetam as suas vidas.
Do ponto de vista da Palavra do Magistério da Igreja, forte é a exortação no sentido do direito à vida e garantia da juventude:
Face à situação de extrema vulnerabilidade a que está submetida a imensa maioria dos jovens brasileiros, é necessária uma firme atuação de todos os segmentos da Igreja no sentido de garantir o direito dos jovens à vida digna e ao pleno desenvolvimento de suas potencialidades. Isso se desdobra e concretiza no direito à educação, ao trabalho e à renda, à cultura e ao lazer, à segurança, à assistência social, à saúde e à participação social.2
As Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil propõem que as Comunidades deem atenção especial aos jovens e afirmam que o combate à violência e ao extermínio de jovens contribui com a vida plena da juventude, parcela tão importante de nossa Igreja e da sociedade.3
Tendo em vista esses elementos da realidade juvenil, as palavras de Jesus e as orientações da Igreja, faz-se necessário um projeto nacional da PJ que possa centrar forças em ações mais específicas e diretas em relação à defesa da vida e na luta pela efetivação e acompanhamento de políticas públicas de juventude.
Onde queremos chegar?
Posicionar-se publicamente sobre temas que afetam diretamente a vida da juventude, como também construir estratégias de participação e intervenção política nos diversos setores sociais organizados (governamentais e não governamentais), buscando mobilizar a juventude pela garantia dos seus direitos.4
Iniciativas
Fomentar o debate no interior dos diversos grupos de jovens sobre a temática da vida da juventude, em especial da dimensão sociopolítica (conscientização) da formação integral.
Mapear as iniciativas e ações que estão sendo realizadas nos regionais com a temática do projeto.
Estimular, onde não existe, a criação de Grupos ou Equipes de fomento do projeto em níveis mais locais.
Criar mecanismos de denúncia de violação dos direitos da Juventude.5
Promover a participação e atuação dos jovens nas pautas relacionadas às políticas públicas de juventude em níveis locais, regionais e nacional.6
Construir, com as outras PJs e parceiros, estratégias para a reflexão, divulgação e monitoramento da Campanha Nacional contra a violência e o extermínio de jovens.
Mapear e acompanhar a participação de representantes da PJ em Conselhos de Direito e/ou outros espaços de organização social e incentivar a participação dos jovens na construção desses espaços, nos estados e municípios que não possuem.7
Avaliar periodicamente e criar estratégias para intervir e acompanhar a participação da PJ nos Conselhos de Juventude (nacional, estaduais e municipais)8
Construir estratégias para uma intervenção política qualificada e organizada da Pastoral da Juventude, nos diversos segmentos sociais.
Disponibilizar recursos pedagógicos.
Metodologia
Serão criados dois subgrupos dentro do projeto: um de Intervenção Política (IP) e outro de Direitos Humanos (DH).
O grupo de Direitos Humanos é responsável por:
Analisar as ações do Programa Nacional de Segurança Pública e Cidadania (PRONASCI).
Mapear e participar das ações de políticas e programas de governo que estão diretamente ligadas à vida da juventude.
Produzir subsídios nacionais adaptáveis às realidades locais em defesa da vida da juventude.
Dialogar com o Projeto Teias da Comunicação para montar estratégia de denúncia da violação dos direitos da Juventude.
O grupo de Intervenção Política é responsável por:
Avaliar as ações das políticas e programas de governo que estão diretamente ligadas à vida da juventude.
Fortalecer a rede de parceiros que foi criada por conta da Campanha Nacional contra violência e extermínio de jovens.
Buscar parcerias para fazer Escola de Formação Política e Direitos Humanos para a Juventude com as CEBs, Pastorais Sociais, Movimentos Sociais, Universidades, Centros e Institutos de Juventude.
Formar uma equipe de acompanhamento de representantes da PJ nos conselhos de direitos e/ou outras.
Participar de Conferências mobilizando de forma organizada uma bandeira de luta nacional da PJ.
Ações propostas
1. Fomentar o debate no interior dos diversos grupos de jovens sobre a temática da vida da juventude, em especial da dimensão sociopolítica (conscientização) da formação integral:
Produção e divulgação de subsídios nacionais adaptáveis às realidades locais em defesa da vida da juventude.
2. Mapear as iniciativas e ações que estão sendo realizadas nos regionais com base no projeto:
Criação de uma rede de comunicação entre os representantes e lideranças dos regionais.
3. Estimular, onde não existe, a criação de grupos ou equipes de fomento do projeto em níveis mais locais:
Debate sobre o Projeto nas realidades, regionais, diocesanas e locais.
4. Criar mecanismos de denúncia na violação dos direitos da Juventude:
Diálogo com o Projeto Teias da Comunicação para montar estratégia de denúncia da violação dos direitos da juventude.
5. Promover a participação e atuação dos jovens nas pautas relacionadas às políticas públicas de juventude em níveis locais, regionais e nacional:
Fomento à participação nos conselhos de direitos e demais espaços de controle das políticas públicas.9
Incentivo à participação dos jovens nas Conferências de Juventude.10
6. Construir, com as outras PJs e parceiros, estratégias para a reflexão, divulgação e monitoramento da Campanha Nacional contra a violência e o extermínio de jovens:
Fortalecimento da rede de parceiros que foi criada por conta da Campanha Nacional contra violência e extermínio de jovens.
7. Mapear e acompanhar a participação de representantes da PJ em Conselhos de Direito e/ou outros espaços de organização social e incentivar a participação dos jovens na construção desses espaços, nos estados e municípios que não possuem:
Criação de uma Rede de Representantes da Pastoral da Juventude nos Conselhos de Direito.
8. Avaliar periodicamente e criar estratégias para intervir e acompanhar a participação da PJ nos Conselhos de Juventude (nacional, estaduais e municipais):
Formação de uma equipe de acompanhamento de representantes da PJ nos conselhos de direitos e/ou outras.
Participação nas Conferências mobilizando de forma organizada uma bandeira de luta nacional da PJ.11
9. Construir estratégias para uma intervenção política qualificada e organizada da Pastoral da Juventude, nos diversos segmentos sociais:
Parcerias para realizar Escola de Formação Política e Direitos Humanos para a Juventude com as CEBs, Pastorais Sociais, Movimentos Sociais, Universidades, Centros e Institutos de Juventude.
Análise das ações do PRONASCI.
Mapeamento e participação das ações de políticas e programas de governo que estão diretamente ligadas à vida da juventude.
Avaliação das ações das políticas e programas de governo que estão diretamente ligadas à vida da juventude.
Realização do Seminário Nacional do Projeto “A Juventude Quer Viver” para trocar experiências e avaliar a caminhada do Projeto.
10. Disponibilizar recursos pedagógicos com as temáticas do projeto:
Criação de uma seção do projeto no site nacional da PJ para disponibilizar materiais como vídeos, cartazes, panfletos, textos e demais subsídios para grupos.
Identidade visual
O Projeto tem como referência visual a imagem de uma jovem soltando uma pipa12 carregada de bandeiras que representam as várias dimensões dos direitos da juventude. Criado pela Casa da Juventude Pe. Burnier, a imagem foi adotada como logotipo do projeto “A Juventude Quer Viver” em referência à liberdade, autonomia e participação.
1 NOVAES, 2005.
2 O Documento 85, afirma que é necessário uma “firme atuação de todos os segmentos da Igreja no sentido de garantir o direito dos jovens à vida digna e ao pleno desenvolvimento de suas potencialidades (n. 230).”
3 CNBB, 2011, n. 91.
4 O Documento 85, afirma que é urgente que todos os jovens tenham acesso a seus direitos fundamentais (n. 234).
5 CNBB, 2011, n. 112, afirma que a Igreja deve ser a primeira a se interessar pela defesa dos direitos humanos.
6 CNBB, 2007, n. 311.
7 Idem, n. 311.
8 Ibid.
9 Ibid.
10 Ibid.
11 Ibid.
12 Pipa: também conhecida como papagaio, pandorga ou arraia.
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