segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Juventude e Velhice

Não envelhecemos por termos vivido um certo número de anos. Ficamos velhos porque desertamos de nosso ideal."
Pe. Fernando Gioia, E.P
Um dos grandes temores que angustiam os homens sem fé, fora de dúvida, é o medo de envelhecer. A visão materialista
São João Boscoreduz a vida humana a uma mera questão fisiológica, negando-lhe os aspectos metafísicos e sobrenaturais. Tomando esse ponto de vista, haverá maior desgraça do que ficar velho?
O Cristianismo, pelo contrário, reconhece esta suprema realidade que é a alma e dá, assim, à existência do homem um caráter que transcende esta terra e se volta para a eternidade. Há razões para viver maiores que a própria vida.
Com estas vistas sobrenaturais, bem compreendemos como homens de grande valor humano e espiritual - por exemplo, São João Bosco, São Pio X ou São Pio de Pietrelcina - caminharam com tanta segurança, alegria e mesmo ufania nas vias da ancianidade. Em cada um, o corpo envelheceu, mas o espírito permaneceu jovem, por estarem eles sempre voltados para o supremo ideal, que é a glória de Deus e o bem do próximo.
O conhecido escritor americano de origem alemã, Samuel Ullman (1840-1924), em seu famoso poema Youth (Juventude), soube traduzir esta cativante questão tão bem solucionada pelo ensino cristão:
São Pio X"A juventude não corresponde a um período de nossa vida, mas sim a um estado de espírito, uma resultante da vontade, um predicado da imaginação, uma intensidade emotiva, uma vitória da coragem sobre a timidez, do gosto pela aventura sobre o amor ao conforto.
Não envelhecemos por termos vivido um certo número de anos. Ficamos velhos porque desertamos nosso ideal.
Os anos enrugam a pele; renunciar a um ideal enruga a alma. As preocupações, as dúvida
São Pio Pietrelcinas, os temores e os desesperos, eis os inimigos que, lentamente, nos fazem inclinar rumo à terra e tornar-nos pó antes da morte.
Jovem é aquele que se assombra e se maravilha. Assim como um menino insaciável, ele pergunta: "E o que mais?" Ele desafia os acontecimentos e acha graça no jogo da vida.
Serás tão jovem quanto tua fé; tão velho quanto tua dúvida. Tão jovem quanto tua confiança em ti mesmo; tão velho quanto teu abatimento.
Permanecerás jovem enquanto fores receptivo às mensagens da natureza, do homem e do infinito.
Um dia, caso teu coração tenha sido picado pelo pessimismo e roído pelo cinismo, possa Deus ter pena de tua pobre alma de ancião!"
(Revista Arautos do Evangelho, Nov/2007, n. 71, p. 25)

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