quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Meditação Diaria

Deserto



Estamos iniciando um tempo de travessia! O deserto é um lugar inóspito… É o lugar onde a vida mais luta para prevalecer. É o lugar do encontro com nossos medos, sombras e limites. Neste lugar simbólico enfrentamos nossas “tentações” de não aceitar nossos limites, nossas fragilidades, nossa humanidade… Vencer tais tentações é a chave para encontrar nosso equilíbrio humano, enraizados em nossa história e no chão de nossas vidas.

A encarnação de Jesus na nossa humanidade quer nos apontar que devemos também nos humanizar. Quando não aceitamos nossa condição humana, o diabólico começa a agir em nós querendo que sejamos aquilo que não somos. Quando aceitamos nossa condição humana, crescemos e evoluímos em nossa essência, pois aprendemos que o outro é feito do mesmo “húmus” que eu. Daí não existe espaço para julgamento e nem para condenação… Cria-se um vínculo entre o que sou e o que a humanidade é…
Uma abençoada e produtiva semana…


Frase para refletir:

“Entre os homens, são poucos que chegam à outra margem; a maioria fica correndo para cima e para baixo sempre do mesmo lado do rio” (Mouni Sahdu).



Frei Paulo Sérgio, ofm

Santo do Dia

São Gabriel de Nossa Senhora das Dores



Francisco Possenti, nasceu no dia 1º de março de 1838 e foi ao ser batizado em Assis, sua cidade natal. Quando sua mãe Inês Friscioti morreu, ele tinha quatro anos de idade e foi para a cidade de Espoleto onde estudou em instituição marista e Colégio Jesuíta, até aos dezoito anos. Isso porque, como seu pai Sante Possenti era governador do Estado Pontifício, precisava a mudar de residência com frequência, sempre que suas funções se faziam necessárias em outro polo católico.

Possuidor de um caráter jovial, sólida formação cristã e acadêmica, em 1856 ingressou na congregação da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo, fundada por São Paulo da Cruz, ou seja, os Passionistas. Sua espiritualidade foi marcada fortemente pelo amor a Jesus Crucificado e a Virgem Dolorosa
Depois foi acolhido para o noviciado em Morrovalle, recebendo o hábito e assumindo o nome de Gabriel de Nossa Senhora das Dores, devido à sua grande devoção e admiração que nutria pela Virgem Dolorosa. Um ano após emitiu os votos religiosos e foi por um ano para a comunidade de Pievetorina para completar os estudos filosóficos. Em 1859 chegou para ficar um período com os confrades da Ilha do Grande Sasso. Foi a última etapa da sua peregrinação. Morreu aos vinte e quatro anos, de tuberculose, no dia 27 de fevereiro de 1862, nessa ilha da Itália.
As anotações deixadas por Gabriel de Nossa Senhora das Dores em um caderno que foi entregue a seu diretor espiritual, padre Norberto, haviam sido destruídas. Mas, restaram de Gabriel: uma coleção de pensamentos dos padres; cerca de 40 cartas testemunhando sua devoção à Nossa Senhora das Dores e um outro caderno, este com anotações de aula contendo dísticos latinos e poesias italianas.
Foi beatificado em 1908, e canonizado em 1920 pelo Papa Bento XV, que o declarou exemplo a ser seguido pela juventude dos nossos tempos.
São Gabriel de Nossa Senhora das Dores, teve uma curta existência terrena, mas toda ela voltada para a caridade e evangelização, além de um trabalho social intenso que desenvolvia desde a adolescência. Foi declarado copatrono da Ação Católica, pelo Papa Pio XI, em 1926 e padroeiro principal da região de Abruzzo, pelo Papa João XXIII, em 1959.
O Santuário de São Gabriel de Nossa Senhora das Dores, é meta de incontáveis peregrinações e assistido pelos Passionistas, é um dos mais procurados da Itália e do mundo cristão. A figura atual deste Santo jovem, mais conhecido entre os devotos como o “Santo do Sorriso”, caracteriza a genuína piedade cristã inserida nos nossos tempos e está conquistando cada dia mais o coração de muitos jovens, que se pautam no seu exemplo para ajudar o próximo e se ligar à Deus e à Virgem Mãe.
A Igreja também celebra hoje a memória dos santos: Nicéforo, Leandro de Sevilha, Valdomiro e Besas.

Evangelho do Dia

Autoridade é serviço
Mt 20, 17-28



* 17 Enquanto subia para Jerusalém, Jesus tomou consigo os doze discípulos em particular e, durante a caminhada, disse para eles: 18 «Eis que estamos subindo para Jerusalém, e o Filho do Homem vai ser entregue aos chefes dos sacerdotes e aos doutores da Lei. Eles o condenarão à morte, 19 e o entregarão aos pagãos para zombarem dele, flagelá-lo e crucificá-lo. E no terceiro dia ele ressuscitará.»

20 A mãe dos filhos de Zebedeu aproximou-se de Jesus com seus filhos, e ajoelhou-se para pedir alguma coisa. 21 Jesus perguntou: «O que você quer?» Ela respondeu: «Promete que meus dois filhos se sentem, um à tua direita e o outro à tua esquerda, no teu Reino.» 22 Jesus, então, disse: «Vocês não sabem o que estão pedindo. Por acaso, vocês podem beber o cálice que eu vou beber?» Eles responderam: «Podemos.» 23 Então Jesus disse: «Vocês vão beber do meu cálice. Mas não depende de mim conceder o lugar à minha direita ou esquerda. É meu Pai quem dará esses lugares àqueles para os quais ele mesmo preparou.» 24 Quando os outros dez discípulos ouviram isso, ficaram com raiva dos dois irmãos. 25 Mas Jesus chamou-os, e disse: «Vocês sabem: os governadores das nações têm poder sobre elas, e os grandes têm autoridade sobre elas. 26 Entre vocês não deverá ser assim: quem de vocês quiser ser grande, deve tornar-se o servidor de vocês; 27 e quem de vocês quiser ser o primeiro, deverá tornar-se servo de vocês. 28 Pois, o Filho do Homem não veio para ser servido. Ele veio para servir, e para dar a sua vida como resgate em favor de muitos.»
* 17-28: Cf. nota em Mc 10,32-45. [* 32-45: Jesus anuncia a sua morte como consequência de toda a sua vida. Enquanto isso, Tiago e João sonham com poder e honrarias, suscitando discórdia e competição entre os outros discípulos. Jesus mostra que a única coisa importante para o discípulo é seguir o exemplo dele: servir e não ser servido. Em a nova sociedade que Jesus projeta, a autoridade não é exercício de poder, mas a qualificação para serviço que se exprime na entrega de si mesmo para o bem comum.]
Bíblia Sagrada – Edição Pastoral
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quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Meditação Diária

Enamorado



Quem é enamorado de Deus não pretende recompensa nem prêmio, mas deseja somente perder a si mesmo… Está disposto até mesmo a perder tudo por Ele. E, nesse perder-se, encontra o sentido maior no ser-com-os-outros, no derreter-se como o sal no Grande Mar… E aí está experiência maior de tornar-se mar, sem perder a essência do sal!


Procure, na sua vida, caminhar na direção do amor até tornar-se todo enamorado do Amor que dá sentido e plenifica a própria vida. E a experiência maior do amor está na doação, no serviço caridoso às pessoas e à criação. Quem ama é capaz de servir, de cuidar, de cultivar… Quem ama encontra sentido em tudo, até nas tarefas mais cotidianas e ordinárias da vida!


Frase para refletir:
“Os frutos amadurecem graças ao sol; os homens, graças ao amor” (Julius Bangbehn).


Frei Paulo Sérgio, ofm

Santo do Dia

São Pedro Damião



São Pedro Damião, Bispo e Doutor da Igreja. Nasceu em Ravena, Itália no ano de 1007, de família nobre, mas que caiu em desgraça. Ao ficar órfão de ambos os pais, viveu uma infância de dificuldades e sofrimentos, apesar de que sua irmã Rosalinda tenha se empenhado em fazer o papel de mãe e o irmão mais velho, Damião, tenha o adotado como filho. Precisamente por isso, ele se chamará depois Piero di Damiano, Pedro Damião.



A formação lhe foi dada primeiro em Faenza e depois em Parma, onde, já aos 25 anos, nós o encontramos trabalhando no ensino. Junto a uma boa competência no campo do direito, adquiriu uma perícia refinada na arte da redação – a ars scribendi – e, graças ao seu conhecimento dos grandes clássicos latinos, converteu-se em “um dos melhores latinistas do seu tempo, um dos maiores escritores do medievo latino” (J. Leclercq, Pierre Damien, ermite et homme d’Église, Roma 1960, p. 172).


Ele se distinguiu nos gêneros literários mais diversos: das cartas aos sermões, das hagiografias às orações, dos poemas aos epigramas. Sua sensibilidade pela beleza o levava à contemplação poética do mundo. Pedro Damião concebia o universo como uma inesgotável “parábola” e um extensão de símbolos, a partir dos quais é possível interpretar a vida interior e a realidade divina e sobrenatural. A partir desta perspectiva, por volta de 1034, a contemplação do absoluto de Deus o levou a afastar-se progressivamente do mundo e de suas realidades efêmeras para retirar-se ao Monastero di Fonte Avvelana, fundado somente algumas décadas antes, mas já famoso por sua austeridade. Para edificação dos monges, ele escreveu a Vida do fundador, São Romualdo de Ravenna, e se empenhou ao mesmo tempo em aprofundar em sua espiritualidade, expondo seu ideal do monaquismo eremítico.

É preciso sublinhar uma peculiaridade: o eremitério de Fonte Avellana estava dedicado à Santa Cruz, e a cruz será o mistério cristão que mais fascinou Pedro Damião. “Não ama Cristo quem não ama a cruz de Cristo”, afirma (Sermo XVIII, 11, p. 117); e chama a si mesmo Petrus crucis Christi servorum famulus, “Pedro servidor dos servidores da cruz de Cristo” (Ep, 9, 1). À cruz, Pedro Damião dirige orações belíssimas, porque abraça toda a história da salvação: “Ó bendita cruz, veneram-te, pregam-te e te honram a fé dos patriarcas, os vaticínios dos profetas, o senado julgador dos apóstolos, o exército vitorioso dos mártires e as multidões de todos os santos” (Sermo XLVIII, 14, p. 304).

No estudo e na meditação cotidiana da Sagrada Escritura, Pedro Damião descobre os significados místicos da Palavra de Deus, encontrando nela alimento para sua vida espiritual. Neste sentido, chama a cela do eremitério de “sala onde Deus conversa com os homens”. A vida eremítica é para ele o cume da vida cristã, está “no vértice dos estados de vida”, porque o monge, já livre das ataduras do mundo e do próprio eu, recebe “os penhores do Espírito Santo e sua alma se une, feliz, ao Esposo celestial” (Ep 18, 17; cf. Ep 28, 43 ss.). Isso é importante também hoje para nós, ainda que não sejamos monges: saber fazer silêncio em nós para escutar a voz de Deus; buscar, por assim dizer, uma “sala” onde Deus fale conosco: aprender a Palavra de Deus na oração e na meditação é o caminho da vida.

São Pedro Damião, que basicamente foi um homem de oração, de meditação, de contemplação, foi também um fino teólogo: sua reflexão sobre diversos temas doutrinais o levou a conclusões importantes para a vida. Assim, por exemplo, ele expõe com clareza e vivacidade a doutrina trinitária utilizando já, seguindo textos bíblicos e patrísticos, os três termos fundamentais que depois se converteram em determinantes também para a filosofia do Ocidente: processio, relatio e persona (cf. Opusc. XXXVIII: PL CXLV, 633-642; e Opusc. II y III: ibid., 41ss e 58ss).

Contudo, como a análise teológica o conduz a contemplar a vida íntima de Deus e o diálogo de amor inefável entre as três divinas Pessoas, ele tira disso conclusões ascéticas para a vida em comunidade e para as próprias relações entre cristãos latinos e gregos, divididos neste tema. Também a meditação sobre a figura de Cristo tem reflexos práticos significativos, ao estar toda a Escritura centrada n’Ele. O próprio “povo dos judeus – anota São Pedro Damião -, através das páginas da Sagrada Escritura, podemos dizer que levou Cristo em seus ombros” (Sermo XLVI, 15). Cristo, portanto, deve estar no centro da vida do monge: “Cristo deve ser ouvido em nossa língua, Cristo deve ser visto em nossa vida, deve ser percebido em nosso coração” (Sermo VIII, 5). A íntima união com Cristo deve envolver não somente os monges, mas todos os batizados. Supõe também para nós um intenso convite a não deixar-nos absorver totalmente pelas atividades, pelos problemas e pelas preocupações de cada dia, esquecendo-nos de que Jesus deve estar verdadeiramente no centro da nossa vida.

A comunhão com Cristo cria unidade de amor entre os cristãos. Na carta 28, que é um genial tratado de eclesiologia, Pedro Damião desenvolve uma teologia da Igreja como comunhão. “A Igreja de Cristo – escreve – está unida pelo vínculo da caridade até o ponto de que, como é uma em muitos membros, também está totalmente reunida misticamente em um só de seus membros, de forma que toda a Igreja universal se chama justamente única Esposa de Cristo em singular, e cada alma escolhida, pelo mistério sacramental, considera-se plenamente Igreja”.

Isso é importante: não só que toda a Igreja universal está unida, mas que em cada um de nós a Igreja deveria estar presente em sua totalidade. Assim, o serviço do indivíduo se converte em “expressão da universalidade” (Ep 28, 9-23). Contudo, a imagem ideal da “Santa Igreja” ilustrada por Pedro Damião não corresponde – ele bem o sabia – à realidade do seu tempo. Por isso, não temeu denunciar a corrupção existente nos mosteiros e entre o clero, sobretudo devido à práxis de que as autoridades leigas conferissem a investidura dos ofícios eclesiásticos: diversos bispos e abades se comportavam como governadores dos seus próprios súditos mais que como pastores de almas. Não era por acaso que sua vida moral deixasse muito a desejar. Por isso, com grande dor e tristeza, em 1057, Pedro Damião deixa o mosteiro e aceita, ainda com dificuldade, a nomeação de cardeal bispo de Óstia, entrando assim plenamente em colaboração com os papas na difícil empresa da reforma da Igreja. Ele viu que não era suficiente contemplar e teve de renunciar à beleza da contemplação para ajudar na obra de renovação da Igreja. Renunciou, assim, à beleza do eremitério e com valor empreendeu numerosas viagens e missões.

Por seu amor à vida monástica, dez anos depois, em 1067, obteve permissão para voltar a Fonte Avellana, renunciando à diocese de Óstia. Mas a tranquilidade suspirada durou pouco: já dois anos depois, foi enviado a Frankfurt, na tentativa de evitar o divórcio de Henrique IV e sua esposa Berta; e novamente, dois anos depois, em 1071, foi a Monte Cassino para a consagração da igreja da abadia e, a princípios de 1072, dirigiu-se a Ravenna para restabelecer a paz com o arcebispo local, que havia apoiado o antipapa, provocando o interdito sobre a cidade. Durante a viagem de volta ao eremitério, uma repentina doença o obrigou a deter-se em Faenza, no mosteiro beneditino de Santa Maria Vecchia fuori porta, e lá morreu na noite entre 22 e 23 de fevereiro de 1072.

A fama de sua santidade em vida se cristalizou junto aos fiéis, que então passaram a venerá-lo como santo. Em 1828 o papa Leão XII declarou Santo Pedro Damião e o proclamou também doutor da Igreja, por seus numerosos escritos teológicos e pela incansável e eficiente atuação para a unidade da Santa Mãe, a Igreja Católica de Roma.

A Igreja também celebra hoje a memória dos santos: Sérvulo e Fortunato.

Evangelho do Dia

Confiança no pai
Mt 7, 7-12



* 7 «Peçam, e lhes será dado! Procurem, e encontrarão! Batam, e abrirão a porta para vocês! 8 Pois todo aquele que pede, recebe; quem procura, acha; e a quem bate, a porta será aberta. 9 Quem de vocês dá ao filho uma pedra, quando ele pede um pão? 10 Ou lhe dá uma cobra, quando ele pede um peixe? 11 Se vocês, que são maus, sabem dar coisas boas a seus filhos, quanto mais o Pai de vocês que está no céu dará coisas boas aos que lhe pedirem.»


A regra de ouro -* 12 «Tudo o que vocês desejam que os outros façam a vocês, façam vocês também a eles. Pois nisso consistem a Lei e os Profetas.»

* 7-11: A oração é a expressão da nossa relação com Deus como o único absoluto (cf. Mt 6,5-7). Aqui se abre uma nova perspectiva: essa relação deve ser de confiança e intimidade como a de um filho para com o seu pai.

* 12: No tempo de Jesus, «Lei e Profetas» indicava todo o Antigo Testamento. Esta «regra de ouro» convida-nos a ter para com os outros a mesma preocupação que temos espontaneamente para com nós mesmos. Não se trata de visão calculista – dar para receber -, mas de uma compreensão do que seja o amor do Pai.

Bíblia Sagrada – Edição Pastoral

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Campanha da Fraternidade 2013



1. A Campanha da Fraternidade de 2013, que retoma o tema Juventude, se propõe olhar a realidade dos jovens, acolhendo-os com a riqueza de suas diversidades, propostas e potencialidades; entendê-los e auxiliá-los neste contexto de profundo impacto cultural e de relações midiáticas; fazer-se solidária em seus sofrimentos e angústias, especialmente junto aos que mais sofrem com os desafios desta mudança de época e com a exclusão social; reavivar-lhes o potencial de participação e transformação.


2. Esta Campanha deseja, no contexto do Ano da Fé, mobilizar a Igreja e, o quanto possível, os segmentos da sociedade, a fim de se solidarizarem com estes jovens, favorecer-lhes espaços, projetos e políticas públicas que possam auxiliá-los a organizarem a própria vida a partir de escolhas fundamentais e de uma construção sólida do projeto pessoal, a se compreenderem como força de transformação para os novos tempos, a desenvolverem seu potencial comunicativo pelas redes sociais em vista da ética e do bem de todos, a assumirem seu papel específico na comunidade eclesial e no exercício do protagonismo que deles se espera, nas comunidades e na luta por uma sociedade que proporcione vida a todos.

3. Evangelizar, hoje, é uma via de mão dupla. Saem de cena os “públicos” ou “destinatários” da evangelização para dar lugar aos “interlocutores”. Os interlocutores da evangelização são pessoas que, numa relação dialogal, se enriquecem pela troca de experiências. Portanto, “escutando e compreendendo os gritos e clamores dos jovens, a Igreja é chamada não somente a evangelizar, mas também a ser evangelizada na atualidade”. Torna-se imprescindível, cada vez mais, caminhar com os jovens e refazer com eles a experiência de Jesus. Na prática, isso significa que “nas atividades pastorais com a juventude, faz-se necessário oferecer canais de participação e envolvimento nas decisões, que possibilitem uma experiência autêntica de corresponsabilidade, de diálogo, de escuta e o envolvimento no processo de renovação contínua da Igreja. Trata-se de valorizar a participação dos jovens nos conselhos, reuniões de grupo, assembleias, equipes, processo de avaliação e planejamento”.

4. Para atingir tal intuito, são estes os objetivos da Campanha da Fraternidade de 2013: 

Objetivo geral
Acolher os jovens no contexto de mudança de época, propiciando caminhos para seu protagonismo no seguimento de Jesus Cristo, na vivência eclesial e na construção de uma sociedade fraterna fundamentada na cultura da vida, da justiça e da paz.

Objetivos específicos
1. Propiciar aos jovens um encontro pessoal com Jesus Cristo a fim de contribuir para sua vocação de discípulo missionário e para a elaboração de seu projeto pessoal de vida;

2. possibilitar aos jovens uma participação ativa na comunidade eclesial, que lhes seja apoio e sustento em sua caminhada , para que eles possam contribuir com seus dons e talentos;

3. sensibilizar os jovens para serem agentes transformadores da sociedade, protagonistas da civilização do amor e do bem comum.

(Introdução do texto-base CF 2013)

Meditação Diária

Ser amado



Como é bom ser amado por pessoas que não se cansam de nós. Ser amado por pessoas que, apesar de nossos limites e fraquezas, continuam acreditando e apostando em nós. Como é bom compartilhar a vida em seus momentos eternos ao lado de pessoas que nos fazem crescer, evoluir e olhar para o futuro com esperança. Como é bom seguir em frente levando pessoas e também sendo levados no caminho que Deus aponta para nós…


Extraordinário é olhar para as pessoas que me amam e perceber que elas extraem de mim a melhor parte para que elas possam crescer com a nossa presença e com o nosso jeito de ser. É lindo quando aprendemos a arte de semear e de cultivar alegria, esperança e amor nos canteiros dos corações das pessoas que Deus vai colocando em nossos caminhos. É maravilhoso viver a vida e dar sentido aos labores, aos dias, ao tempo e aos momentos intensos da própria vida…


Frase para refletir:
“Bom mesmo é ser compreendido, mesmo quando não sabemos dizer… Amar é uma forma de crer em silêncio!” (Pe. Fábio de Melo).


Frei Paulo Sérgio, OFM

Santo do Dia

São Gabriel de Nossa Senhora das Dores



Francisco Possenti, nasceu no dia 1º de março de 1838 e foi ao ser batizado em Assis, sua cidade natal. Quando sua mãe Inês Friscioti morreu, ele tinha quatro anos de idade e foi para a cidade de Espoleto onde estudou em instituição marista e Colégio Jesuíta, até aos dezoito anos. Isso porque, como seu pai Sante Possenti era governador do Estado Pontifício, precisava a mudar de residência com frequência, sempre que suas funções se faziam necessárias em outro polo católico.


Possuidor de um caráter jovial, sólida formação cristã e acadêmica, em 1856 ingressou na congregação da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo, fundada por São Paulo da Cruz, ou seja, os Passionistas. Sua espiritualidade foi marcada fortemente pelo amor a Jesus Crucificado e a Virgem Dolorosa

Depois foi acolhido para o noviciado em Morrovalle, recebendo o hábito e assumindo o nome de Gabriel de Nossa Senhora das Dores, devido à sua grande devoção e admiração que nutria pela Virgem Dolorosa. Um ano após emitiu os votos religiosos e foi por um ano para a comunidade de Pievetorina para completar os estudos filosóficos. Em 1859 chegou para ficar um período com os confrades da Ilha do Grande Sasso. Foi a última etapa da sua peregrinação. Morreu aos vinte e quatro anos, de tuberculose, no dia 27 de fevereiro de 1862, nessa ilha da Itália.

As anotações deixadas por Gabriel de Nossa Senhora das Dores em um caderno que foi entregue a seu diretor espiritual, padre Norberto, haviam sido destruídas. Mas, restaram de Gabriel: uma coleção de pensamentos dos padres; cerca de 40 cartas testemunhando sua devoção à Nossa Senhora das Dores e um outro caderno, este com anotações de aula contendo dísticos latinos e poesias italianas.

Foi beatificado em 1908, e canonizado em 1920 pelo Papa Bento XV, que o declarou exemplo a ser seguido pela juventude dos nossos tempos.

São Gabriel de Nossa Senhora das Dores, teve uma curta existência terrena, mas toda ela voltada para a caridade e evangelização, além de um trabalho social intenso que desenvolvia desde a adolescência. Foi declarado copatrono da Ação Católica, pelo Papa Pio XI, em 1926 e padroeiro principal da região de Abruzzo, pelo Papa João XXIII, em 1959.

O Santuário de São Gabriel de Nossa Senhora das Dores, é meta de incontáveis peregrinações e assistido pelos Passionistas, é um dos mais procurados da Itália e do mundo cristão. A figura atual deste Santo jovem, mais conhecido entre os devotos como o “Santo do Sorriso”, caracteriza a genuína piedade cristã inserida nos nossos tempos e está conquistando cada dia mais o coração de muitos jovens, que se pautam no seu exemplo para ajudar o próximo e se ligar à Deus e à Virgem Mãe.

A Igreja também celebra hoje a memória dos santos: Nicéforo, Leandro de Sevilha, Valdomiro e Besas.

Evangelho do Dia

O grande sinal
Lc 11, 29-32



* 29 Quando as multidões se reuniram, Jesus começou a dizer: «Esta geração é uma geração má. Ela busca um sinal, mas nenhum sinal lhe será dado, a não ser o sinal de Jonas. 30 De fato, assim como Jonas foi um sinal para os ninivitas, assim também será o Filho do Homem para esta geração. 31 No dia do julgamento, a rainha do Sul se levantará contra os homens desta geração, e os condenará. Porque ela veio de uma terra distante para ouvir a sabedoria de Salomão. E aqui está quem é maior do que Salomão. 32 No dia do julgamento, os homens da cidade de Nínive ficarão de pé contra esta geração. Porque eles fizeram penitência quando ouviram Jonas pregar. E aqui está quem é maior do que Jonas.


* 29-32: Não é um sinal maravilhoso que leva os homens à conversão, e sim a adesão ao projeto da nova história, manifestado na palavra de Jesus.

Bíblia Sagrada – Edição Pastoral

sábado, 9 de fevereiro de 2013

Vem ai Carnaval com Cristo ((:




Já é oficial! Nesta segunda-feira, dia 11 de fevereiro, estaremos realizando o nosso Carnaval com Cristo 2013 no Salão Paroquial a partir das 20:30. E venho através deste convidar a TODOS para estarem participando conosco! Venha se alegrar, dançar, pular, cantar, adorar... Tudo pela glória do Senhor. Contamos com a sua presença! Entrada franca! Convide um amigo, a família e venha participar! Carnaval com Cristo é muuuito melhor! :DD

Meditação Diária

Trabalhar



Todo trabalho é um dom, é algo sagrado que realizamos. Trabalhar dignifica a jornada humana, pois com o trabalho colaboramos com Deus na obra da criação e também na construção da sociedade humana. Não pense que trabalhar é um peso ou fardo! Procure as pessoas impossibilitadas, dependentes, deficientes o que elas mais gostariam de fazer! Com certeza responderão que gostariam de trabalhar, de se sentirem úteis, de colaborar com o destino da humanidade…


Lembre-se que o trabalho que realizas é único e deves personifica-lo, dar teu rosto ao que fazes para que possas sentir que tua missão é intransferível. Se trabalhas com satisfação e alegria, então este se tornará um prazer! Agradeça a Deus a graça do teu trabalho e procuras santificar o que fazes para que teu pão também seja sagrado…



Frase para refletir:
“Todo trabalho é um auto retrato da pessoa que o realizou. Autografe sua obra com excelência” (Ivonte Vieira).



Frei Paulo Sérgio, ofm


Santo do Dia

Santa Apolônia


Existia no ano de 248, na cidade de Alexandria, um célebre feiticeiro, que profetizava uma grande desgraça, de que a cidade seria vítima, se os adoradores dos deuses não resolvessem a exterminar os cristãos, que eram seus maiores inimigos. O povo deu crédito às predições do embusteiro, e abriu forte campanha contra os discípulos de Cristo.

Uma das vítimas da cruel e estúpida perseguição foi Apolônia, uma jovem estimada pelas suas virtudes. Levada ao templo pagão e intimada a prestar homenagens às divindades, resolutamente se negou, dizendo: “Meu Deus é Jesus Cristo e só a ele adorarei. Enquanto tiver vida, minha língua louvará a Deus, meu Senhor”.

O ocorrido era narrado por Dionísio, o bispo da Alexandria no Egito, em uma carta que enviou ao bispo Fabio da diocese de Antioquia, em 249. Na carta ele escreveu que: “No dia 9 de fevereiro, um charlatão alexandrino, “maligno adivinho e falso profeta”, que insuflava a população pagã, sempre pronta a se agitar, provocou uma terrível revolta. As casas dos cristãos foram invadidas. Os pagãos saquearam os vizinhos católicos ou aqueles que estivessem mais próximos, levando as joias e objetos preciosos. Os móveis e as roupas foram levados para uma praça, onde ergueram uma grande fogueira. Os cristãos, mesmo os velhos e as crianças, foram arrastados pelas ruas, espancados, escorraçados e, condenados a morte, caso não renegassem a fé em voz alta. A cidade parecia que tinha sido tomada por uma multidão de demônios enfurecidos”.

“Os pagãos prenderam também a bondosa virgem Apolônia, que tinha idade avançada. Foi espancada violentamente no rosto porque se recusava a repetir as blasfêmias contra a Igreja, por isto teve os dentes arrancados. Além disso, foi arrastada até a grande fogueira, que ardia no centro da cidade. No meio da multidão enlouquecida, disseram que seria queimada viva se não repetisse, em voz alta, uma declaração pagã renunciando a fé em Cristo. Neste instante, ela pediu para ser solta por um momento, sendo atendida ela saltou rapidamente na fogueira, sendo consumida pelo fogo.”

O martírio da virgem Apolônia, que terminou aparentemente em suicídio, causou, exatamente por isto, um grande questionamento dentro da Igreja, que passou a avaliar se era correto e lícito, se entregar voluntariamente à morte para não renegar a fé. Esta dúvida encontrou eco também no livro ” A cidade de Deus” de Santo Agostinho, que também não apresentou uma posição definida.

Contudo, o gesto da mártir Apolônia, a sua vida reclusa dedicada à caridade cristã, provocou grande emoção e devoção na província africana inteira, onde ela consumou o seu sacrifício. Passou a ser venerada, porque foi justamente o seu apostolado desenvolvido entre os pobres da comunidade que a colocou na mira do ódio e da perseguição dos pagãos, e o seu culto se difundiu pelas dioceses no Oriente e no Ocidente.

Em várias cidades europeias surgiram igrejas dedicadas a ela. Em Roma foi erguida uma igreja, hoje desaparecida, próxima de Santa Maria em Trasteve, Itália.

Sobre a sua vida não se teve outro registro, senão que seus devotos a elegeram, no decorrer dos tempos, como protetora contra as doenças da boca e das dores dos dentes. Mas restou seu exemplo de generosa e incondicional oferta a Cristo. A Igreja a canonizou e oficializou seu culto conforme a data citada na carta do bispo Dionísio.

A Igreja também celebra hoje a memória dos santos: Alexandre de Roma, Donato e Maron.

Evangelho do Dia

O banquete da vida
Mc 6, 30-34



* 30 Os apóstolos se reuniram com Jesus e contaram tudo o que haviam feito e ensinado. 31 Havia aí tanta gente que chegava e saía, a tal ponto que Jesus e os discípulos não tinham tempo nem para comer. Então Jesus disse para eles: «Vamos sozinhos para algum lugar deserto, para que vocês descansem um pouco.» 32 Então foram sozinhos, de barca, para um lugar deserto e afastado. 33 Muitas pessoas, porém, os viram partir. Sabendo que eram eles, saíram de todas as cidades, correram na frente, a pé, e chegaram lá antes deles.


34 Quando saiu da barca, Jesus viu uma grande multidão e teve compaixão, porque eles estavam como ovelhas sem pastor. Então começou a ensinar muitas coisas para eles.

* 30-44: Enquanto Herodes celebra o banquete da morte com os grandes, Jesus celebra o banquete da vida com o povo simples. Marcos não diz o que Jesus ensina, mas o grande ensinamento de toda a cena está no fato de que não é preciso muito dinheiro para comprar comida para o povo. É preciso simplesmente dar e repartir entre todos o pouco que cada um possui. Jesus projeta nova sociedade, onde o comércio é substituído pelo dom, e a posse pela partilha. Mas, para que isso realmente aconteça, é preciso organizar o povo. Dando e repartindo, todos ficam satisfeitos, e ainda sobra muita coisa.

Bíblia Sagrada – Edição Pastoral

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Pastoral da Juventude realizará Seminário sobre a Campanha Nacional contra a violência e o extermínio de jovens


Pastoral da Juventude realizará Seminário sobre a Campanha Nacional contra a violência e o extermínio de jovens

A ciranda pela defesa da vida da juventude teima em dar novos passos. A voz profética de jovens que denunciam a realidade de violência não pára de ecoar. É a Campanha Nacional contra a violência e o extermínio de jovens fortalecendo sua ação e avançando para águas mais profundas.
Realizada desde 2009 pelas Pastorais da Juventude, a Campanha levou à sociedade o debate sobre as diversas formas de violência contra a juventude, especialmente o extermínio, bem como ao longo dos anos, pressionou o poder público para o enfrentamento da mortalidade juvenil por meio da garantia dos direitos da juventude. 
Importante também ressaltar o engajamento de diversas organizações (eclesiais e da sociedade civil), assim como de um grande número de grupos juvenis na construção da Campanha até agora. Nessa articulação uma grande parceria sempre foi a Conferência dos/as Religiosos/as do Brasil (CRB Nacional), envolvendo a vida religiosa na pauta sobre a vida da juventude.
Entretanto, a situação de extrema vulnerabilidade e violência ainda está presente na imensa maioria dos jovens brasileiros/as, com ênfase entre a juventude empobrecida. A firme atuação de todos ossegmentos da sociedade civil e do poder público para garantir o direito dos jovens à vida digna e ao seu pleno desenvolvimento deve ser cada vez mais fortalecida.
Deste modo, a ação de conscientização e mobilização da Campanha Nacional contra a violência o extermínio de jovens dá novo passo. Para darmos início a esta nova etapa da Campanha, a Pastoral da Juventude (PJ), em parceria com a CRB Nacional, com o apoio da Porticus América Latina e de outras organizações que ainda estão sendo contatadas, realizará, de 3 a 5 de maio de 2013, em Brasília/DF, o Seminário Nacional da Campanha contra a violência e o extermínio de jovens, tendo como objetivo desencadear novas ações articuladas com organizações envolvidas na defesa da vida da juventude. 
É necessário denunciar o avanço da violência epropor saídas para esta realidade como a ampliação dos direitos humanos e valorização dos marcos da cidadania. O engajamento e fortalecimento dos grupos de jovenspara a Campanha Nacional, bem como a capacitação técnica das representações de jovens dos regionais da CNBB, também serão pontos prioritários do Seminário. 
Para saber mais sobre o Seminário Nacional, entre em contato com o jovem Coordenador Nacional da Pastoral da Juventude (CNPJ) e/ou o jovem referência do projeto A Juventude quer viver do seu regional. Acompanhe também pelas redes sociais da PJ o lançamento, quinzenal, de novos temas norteadores da Campanha. Qualquer dúvida entre em contato conosco. O e-mail da secretaria nacional (secretarianacional@pj.org.br) também está disponível para mais informações.

(Baixe aqui os materiais de divulgação)

Vamos lá turma! Vamos girar o mundo e continuar afirmando nossa luta pela vida da juventude! A juventude quer viver!

Pe. Jailson festeja 13 anos de ordenação



Ontem a diocese de Umuarama se alegrou ao comemorar o décimo terceiro aniversário de ordenação do nosso coordenador diocesano da ação evangelizadora e pároco da Paróquia Catedral, Padre Jailson João da Silva.


Participaram da Santa Missa em Ação de Graças vários sacerdotes, diácono, e fiéis das várias pastorais e movimentos da Catedral e de outras paróquias da cidade de Umuarama.

A diocese de Umuarama deseja ao Pe. Jailson toda felicidade e que Deus continue abençoando-o sempre.

Realizado o 3º e fervoroso Retiro Diocesano das Santas Missões Populares



Nos dias 02 e 03 de fevereiro foi realizado, no pavilhão de indústria e comércio do Parque de Exposições de Umuarama, o 3º Retiro Diocesano das Santas Missões Populares.


Os Retiros Missionários Diocesanos têm por finalidade capacitar os missionários das equipes paroquiais da Diocese de Umuarama, a fim de que sejam multiplicadores da proposta e experiência nas Paróquias.

Sob o tema “Conversão”, foi conduzido pelo assessor Padre Luis Mosconi, de Belém do Pará –animador das Santas Missões Populares –, que aprofundou o tema a partir do Evangelho do ano litúrgico, o Evangelho Segundo Lucas; e realizou uma grande preparação para as Grandes Semanas Missionárias que deverão ser realizadas em todas as paróquias da diocese. Foram realizados também blocos de atividades propostos no seu livro “Santas Missões Populares”.

O Retiro foi organizado pela equipe diocesana e coordenado por Reginaldo Urbano Argentino. Contou com a presença e participação de padres, diáconos, religiosos, religiosas, do Coordenador Diocesano da Ação Evangelizadora – Pe. Jailson João da Silva, do Vigário Geral da diocese e Assessor das CEBs e Assessor do Projeto Ame –  Pe. Edivaldo Lopes Farias, e do Bispo Diocesano – Dom Frei João Mamede Filho, OFMConv., além de mais de 700  leigos(as).

Agora os missionários foram enviados para que assumam com convicção e conversão as atividades missionárias em suas paróquias, em preparação aos blocos de atividades, e aos Retiros Missionários Paroquiais e às semanas missionárias.

Meditação Diária

Esquecimento



O esquecimento, frequentemente, é uma graça. Muito mais difícil que lembrar é esquecer! Esquecimento é perdão, o alisamento do passado, igual ao que as ondas do mar fazem com a areia da praia durante a noite: vai limpando, alisando, deixando tudo em ordem outra vez… Então, no outro dia virão as novas marcas, as novas pegadas, o novo movimento de ir e vir…


Dessa maneira, precisamos crescer nessa verdadeira arte do esquecimento: deixar para trás aquilo que marcou negativamente, escrever na areia as coisas ruins e deixar o vento varrer da memória… O que devemos é escrever em pedras o que é bom, o nome de pessoas que nos marcaram positivamente…


Frase para refletir:
“Esquecer é uma necessidade. A vida é uma lousa, em que o destino, para escrever um novo caso, precisa apagar o caso escrito” (Machado de Assis).



Frei Paulo Sérgio, ofm

Santo do Dia

São Pedro Damião



São Pedro Damião, Bispo e Doutor da Igreja. Nasceu em Ravena, Itália no ano de 1007, de família nobre, mas que caiu em desgraça. Ao ficar órfão de ambos os pais, viveu uma infância de dificuldades e sofrimentos, apesar de que sua irmã Rosalinda tenha se empenhado em fazer o papel de mãe e o irmão mais velho, Damião, tenha o adotado como filho. Precisamente por isso, ele se chamará depois Piero di Damiano, Pedro Damião.


A formação lhe foi dada primeiro em Faenza e depois em Parma, onde, já aos 25 anos, nós o encontramos trabalhando no ensino. Junto a uma boa competência no campo do direito, adquiriu uma perícia refinada na arte da redação – a ars scribendi – e, graças ao seu conhecimento dos grandes clássicos latinos, converteu-se em “um dos melhores latinistas do seu tempo, um dos maiores escritores do medievo latino” (J. Leclercq, Pierre Damien, ermite et homme d’Église, Roma 1960, p. 172).

Ele se distinguiu nos gêneros literários mais diversos: das cartas aos sermões, das hagiografias às orações, dos poemas aos epigramas. Sua sensibilidade pela beleza o levava à contemplação poética do mundo. Pedro Damião concebia o universo como uma inesgotável “parábola” e um extensão de símbolos, a partir dos quais é possível interpretar a vida interior e a realidade divina e sobrenatural. A partir desta perspectiva, por volta de 1034, a contemplação do absoluto de Deus o levou a afastar-se progressivamente do mundo e de suas realidades efêmeras para retirar-se ao Monastero di Fonte Avvelana, fundado somente algumas décadas antes, mas já famoso por sua austeridade. Para edificação dos monges, ele escreveu a Vida do fundador, São Romualdo de Ravenna, e se empenhou ao mesmo tempo em aprofundar em sua espiritualidade, expondo seu ideal do monaquismo eremítico.

É preciso sublinhar uma peculiaridade: o eremitério de Fonte Avellana estava dedicado à Santa Cruz, e a cruz será o mistério cristão que mais fascinou Pedro Damião. “Não ama Cristo quem não ama a cruz de Cristo”, afirma (Sermo XVIII, 11, p. 117); e chama a si mesmo Petrus crucis Christi servorum famulus, “Pedro servidor dos servidores da cruz de Cristo” (Ep, 9, 1). À cruz, Pedro Damião dirige orações belíssimas, porque abraça toda a história da salvação: “Ó bendita cruz, veneram-te, pregam-te e te honram a fé dos patriarcas, os vaticínios dos profetas, o senado julgador dos apóstolos, o exército vitorioso dos mártires e as multidões de todos os santos” (Sermo XLVIII, 14, p. 304).

No estudo e na meditação cotidiana da Sagrada Escritura, Pedro Damião descobre os significados místicos da Palavra de Deus, encontrando nela alimento para sua vida espiritual. Neste sentido, chama a cela do eremitério de “sala onde Deus conversa com os homens”. A vida eremítica é para ele o cume da vida cristã, está “no vértice dos estados de vida”, porque o monge, já livre das ataduras do mundo e do próprio eu, recebe “os penhores do Espírito Santo e sua alma se une, feliz, ao Esposo celestial” (Ep 18, 17; cf. Ep 28, 43 ss.). Isso é importante também hoje para nós, ainda que não sejamos monges: saber fazer silêncio em nós para escutar a voz de Deus; buscar, por assim dizer, uma “sala” onde Deus fale conosco: aprender a Palavra de Deus na oração e na meditação é o caminho da vida.

São Pedro Damião, que basicamente foi um homem de oração, de meditação, de contemplação, foi também um fino teólogo: sua reflexão sobre diversos temas doutrinais o levou a conclusões importantes para a vida. Assim, por exemplo, ele expõe com clareza e vivacidade a doutrina trinitária utilizando já, seguindo textos bíblicos e patrísticos, os três termos fundamentais que depois se converteram em determinantes também para a filosofia do Ocidente: processio, relatio e persona (cf. Opusc. XXXVIII: PL CXLV, 633-642; e Opusc. II y III: ibid., 41ss e 58ss).

Contudo, como a análise teológica o conduz a contemplar a vida íntima de Deus e o diálogo de amor inefável entre as três divinas Pessoas, ele tira disso conclusões ascéticas para a vida em comunidade e para as próprias relações entre cristãos latinos e gregos, divididos neste tema. Também a meditação sobre a figura de Cristo tem reflexos práticos significativos, ao estar toda a Escritura centrada n’Ele. O próprio “povo dos judeus – anota São Pedro Damião -, através das páginas da Sagrada Escritura, podemos dizer que levou Cristo em seus ombros” (Sermo XLVI, 15). Cristo, portanto, deve estar no centro da vida do monge: “Cristo deve ser ouvido em nossa língua, Cristo deve ser visto em nossa vida, deve ser percebido em nosso coração” (Sermo VIII, 5). A íntima união com Cristo deve envolver não somente os monges, mas todos os batizados. Supõe também para nós um intenso convite a não deixar-nos absorver totalmente pelas atividades, pelos problemas e pelas preocupações de cada dia, esquecendo-nos de que Jesus deve estar verdadeiramente no centro da nossa vida.

A comunhão com Cristo cria unidade de amor entre os cristãos. Na carta 28, que é um genial tratado de eclesiologia, Pedro Damião desenvolve uma teologia da Igreja como comunhão. “A Igreja de Cristo – escreve – está unida pelo vínculo da caridade até o ponto de que, como é uma em muitos membros, também está totalmente reunida misticamente em um só de seus membros, de forma que toda a Igreja universal se chama justamente única Esposa de Cristo em singular, e cada alma escolhida, pelo mistério sacramental, considera-se plenamente Igreja”.

Isso é importante: não só que toda a Igreja universal está unida, mas que em cada um de nós a Igreja deveria estar presente em sua totalidade. Assim, o serviço do indivíduo se converte em “expressão da universalidade” (Ep 28, 9-23). Contudo, a imagem ideal da “Santa Igreja” ilustrada por Pedro Damião não corresponde – ele bem o sabia – à realidade do seu tempo. Por isso, não temeu denunciar a corrupção existente nos mosteiros e entre o clero, sobretudo devido à práxis de que as autoridades leigas conferissem a investidura dos ofícios eclesiásticos: diversos bispos e abades se comportavam como governadores dos seus próprios súditos mais que como pastores de almas. Não era por acaso que sua vida moral deixasse muito a desejar. Por isso, com grande dor e tristeza, em 1057, Pedro Damião deixa o mosteiro e aceita, ainda com dificuldade, a nomeação de cardeal bispo de Óstia, entrando assim plenamente em colaboração com os papas na difícil empresa da reforma da Igreja. Ele viu que não era suficiente contemplar e teve de renunciar à beleza da contemplação para ajudar na obra de renovação da Igreja. Renunciou, assim, à beleza do eremitério e com valor empreendeu numerosas viagens e missões.

Por seu amor à vida monástica, dez anos depois, em 1067, obteve permissão para voltar a Fonte Avellana, renunciando à diocese de Óstia. Mas a tranquilidade suspirada durou pouco: já dois anos depois, foi enviado a Frankfurt, na tentativa de evitar o divórcio de Henrique IV e sua esposa Berta; e novamente, dois anos depois, em 1071, foi a Monte Cassino para a consagração da igreja da abadia e, a princípios de 1072, dirigiu-se a Ravenna para restabelecer a paz com o arcebispo local, que havia apoiado o antipapa, provocando o interdito sobre a cidade. Durante a viagem de volta ao eremitério, uma repentina doença o obrigou a deter-se em Faenza, no mosteiro beneditino de Santa Maria Vecchia fuori porta, e lá morreu na noite entre 22 e 23 de fevereiro de 1072.

A fama de sua santidade em vida se cristalizou junto aos fiéis, que então passaram a venerá-lo como santo. Em 1828 o papa Leão XII declarou Santo Pedro Damião e o proclamou também doutor da Igreja, por seus numerosos escritos teológicos e pela incansável e eficiente atuação para a unidade da Santa Mãe, a Igreja Católica de Roma.

A Igreja também celebra hoje a memória dos santos: Sérvulo e Fortunato.

Evangelho do Dia

A missão dos discípulos 
Mc 6, 7-13



* Jesus começou a percorrer as redondezas, ensinando nos povoados. 7 Chamou os doze discípulos, começou a enviá-los dois a dois e dava-lhes poder sobre os espíritos maus. 8 Jesus recomendou que não levassem nada pelo caminho, além de um bastão; nem pão, nem sacola, nem dinheiro na cintura. 9 Mandou que andassem de sandálias e que não levassem duas túnicas. 10 E Jesus disse ainda: «Quando vocês entrarem numa casa, fiquem aí até partirem. 11 Se vocês forem mal recebidos num lugar e o povo não escutar vocês, quando saírem sacudam a poeira dos pés como protesto contra eles.» 12 Então os discípulos partiram e pregaram para que as pessoas se convertessem. 13 Expulsavam muitos demônios e curavam muitos doentes, ungindo-os com óleo.


* 6b-13: Os discípulos são enviados para continuar a missão de Jesus: pedir mudança radical da orientação de vida (conversão), desalienar as pessoas (libertar dos demônios), restaurar a vida humana (curas). Os discípulos devem estar livres, ter bom senso e estar conscientes de que a missão vai provocar choque com os que não querem transformações.

Bíblia Sagrada – Edição Pastoral

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Meditação Diária

Poesia



Os gestos são meios poderosos de comunicação: num rosto alegre e suave comunicamos amor, acolhida, aconchego, paz… Num rosto duro, apresentando todas as rugas, demonstramos rigidez, raiva, ódio, julgamento…. Daí que devemos curar nossos corações para que nossa face possa refletir aquilo que trazemos dentro de nós.


A poesia causa encanto e satisfaz a alma… A poesia é um jeito divino de nos falar daquilo que é belo, grandioso, transcendental… Procure criar espaço para a poesia na sua vida: leia, reflita, medite! Procure entrar na alma do poeta e dê espaço para a poesia criar raízes na sua vida. Seja simples e crie profundidade em seus relacionamentos, seja amigo das pessoas e ore diariamente pelo crescimento e evolução da sociedade humana…


Frase para refletir:
“Basta-me um pequeno gesto, feito de longe e de leve, para que venhas comigo e eu para sempre te leve…”(Cecília Meireles).


Frei Paulo Sérgio, ofm


Santo o Dia

São Paulo Miki e companheiros 

Foi através do trabalho evangelizador de São Francisco Xavier, que o Japão tomou conhecimento do cristianismo, entre 1549 e 1551. A semente frutificou e, apenas algumas décadas depois, já havia pelo menos trezentos mil cristãos no Império do sol nascente. Mas se a catequese obteve êxito não foi somente pelo árduo, sério e respeitoso trabalho dos jesuítas em solo japonês. Foi também graças à coragem dos catequistas locais, como Paulo Miki e seus jovens companheiros.



Miki nasceu em 1564, era filho de pais ricos e foi educado no colégio jesuíta em Anziquiama, no Japão. A convivência do colégio logo despertou em Paulo o desejo de se juntar à Companhia de Jesus e assim o fez, tornando-se um eloqüente pregador. Ele porém, não pôde ser ordenado sacerdote no tempo correto porque não havia um bispo na região de Fusai. Mas isso não impediu que Paulo Miki continuasse sua pregação. Posteriormente tornou-se o primeiro sacerdote jesuíta em sua pátria, conquistando inúmeras conversões com humildade e paciência.


Paciência, essa que não era virtude do imperador Toyotomi Hideyoshi. Ele era simpatizante do catolicismo mas, de uma hora para outra, se tornou seu feroz opositor. Por causa da conquista da Coréia, o Japão rompeu com a Espanha em particular e com o Ocidente em geral, motivando uma perseguição contra todos os cristãos. Inclusive alguns missionários franciscanos espanhóis que tinham chegado ao Japão através das Filipinas e sido bem recebidos pelo Imperador.

Os católicos foram expulsos do país, mas muitos resistiram e ficaram. Só que a repressão não demorou. Primeiro foram presos seis franciscanos, logo depois Paulo Miki com outros dois jesuítas e dezessete leigos terciários.

Os vinte e seis cristãos sofreram terríveis humilhações e torturas públicas. Levados em cortejo de Meaco a Nagasaki foram alvo de violência e zombaria pelas ruas e estradas, enquanto seguiam para o local onde seria executada a pena de morte por crucificação. Alguns dos companheiros de Paulo Miki eram muito jovens, adolescentes ainda, mas enfrentaram a pena de morte com a mesma coragem do líder. Tomás Cozaki tinha, por exemplo, catorze anos; Antônio, treze anos e Luis Ibaraki tinha só onze anos de idade.

A elevação sobre a qual os vinte e seis heróis de Jesus Cristo receberam o martírio pela crucificação em fevereiro de 1597 ficou conhecida como Monte dos Mártires. Paulo Miki e seus companheiros foram canonizados pelo Papa Pio IX, em 1862.

Os crentes se dispersaram para escapar dos massacres e um bom número deles se estabeleceu ao longo do rio Urakami, nas proximidades de Nagasaki. Lá eles continuaram a viver sua fé, apesar da ausência de padres. A partir do momento em que o Japão se abriu novamente aos europeus, os missionários voltaram e as igrejas voltaram a ser construídas, inclusive em Nagasaki, a poucos quilômetros da comunidade cristã clandestina. Ela havia perdido todo contato com a Igreja Católica, mas guardava preciosamente três critérios de reconhecimento recebidos dos ancestrais: “Quando a Igreja voltar ao Japão, vocês a reconhecerão por três sinais: os padres não são casados, haverá uma imagem de Maria e esta Igreja obedecerá ao papa-sama, isto é, ao Bispo de Roma”. E foi assim que aconteceu dois séculos e meio depois, quando os cristãos do Império do sol nascente puderam se reencontrar com sua Santa Mãe, a Igreja.

A Igreja também celebra hoje a memória dos santos: Doroteia e Gastão

Evangelho do Dia

O escândalo da encarnação
Mc 6, 1-6



* 1 Jesus foi para Nazaré, sua terra, e seus discípulos o acompanharam. 2 Quando chegou o sábado, Jesus começou a ensinar na sinagoga. Muitos que o escutavam ficavam admirados e diziam: «De onde vem tudo isso? Onde foi que arranjou tanta sabedoria? E esses milagres que são realizados pelas mãos dele? 3 Esse homem não é o carpinteiro, o filho de Maria e irmão de Tiago, de Joset, de Judas e de Simão? E suas irmãs não moram aqui conosco?» E ficaram escandalizados por causa de Jesus. 4 Então Jesus dizia para eles que um profeta só não é estimado em sua própria pátria, entre seus parentes e em sua família. 5 E Jesus não pôde fazer milagres em Nazaré. Apenas curou alguns doentes, pondo as mãos sobre eles. 6 E Jesus ficou admirado com a falta de fé deles.


* 6,1-6a: Os conterrâneos de Jesus se escandalizam: não querem admitir que alguém como eles possa ter sabedoria superior à dos profissionais e realize ações que indiquem uma presença de Deus. Para eles, o empecilho para a fé é a encarnação: Deus feito homem, situado num contexto social.

Bíblia Sagrada – Edição Pastoral

sábado, 2 de fevereiro de 2013

Meditação Diária

Luz



Pensar, desejar, querer são ações anteriores ao fazer e ao realizar. Quando dispomos nossa mente de maneira positiva estamos abrindo nossa vontade à força maior do universo. É como se você estivesse dizendo: estou pronto (a) a receber toda força e todo poder do cosmos para que eu possa atingir essa meta, alcançar esse objetivo. Você cria uma disposição imensa para o poder do amor envolver suas ações e suas buscas.


Então, evite toda forma de pensamento negativo e tudo aquilo que possa derrubar sua auto estima. Você traz dentro de você mesmo o amor de Deus e a luz divina. Pense, deseje, queira, aja na direção da luz! Somente você pode mudar sua vida e libertar-se de amarras que o (a) impede de lançar-se no voo da felicidade. Então, começa agora positivando sua mente com frases poderosas: eu quero, eu posso, eu sou capaz, eu trabalho, eu sou feliz!


Frase para refletir:
“Cultivar estados mentais positivos como a generosidade e a compaixão decididamente conduz a melhor saúde mental e a felicidade” (Dalai Lama).


Frei Paulo Sérgio, ofm

Santo do Dia

Santa Catarina de Ricci



Santa Catarina, uma das maiores Santas da idade média, nasceu em Florença, de família ilustríssima. Deus infundira no coração da criança um grande amor à oração e outras práticas de piedade, amor este que a levou ao desprezo de tudo que é do mundo. Com sete anos de idade foi confiada às religiosas do convento de Monticelli. Uma vez em contato íntimo com a vida religiosa, tanto se lhe afeiçoou que, mais tarde, quando teve de voltar ao lar paterno, no meio dos trabalhos domésticos conservou os costumes do convento.


Bem a contragosto da jovem, o pai tratou de ligá-la pelos laços matrimoniais a um moço distinto de suas relações. Tantas foram as insistências da filha, que afinal desistiram do plano, consentindo que tomasse o hábito da Ordem dominicana, no convento de Prado, na Toscana. Catarina tinha apenas quatorze anos.

Tendo operado a separação definitiva do mundo, Catarina não só sentiu a alma invadida da mais pura alegria, como tratou, desde o primeiro instante, de adquirir as virtudes de religiosa perfeita. A bula da canonização confirma que sua vida no noviciado foi de uma santidade angélica. Admirável era sua humildade, que a fazia não recuar diante dos trabalhos mais humildes de casa, ficando-lhe o espírito sempre unido a Deus. Tendo apenas 25 anos de idade, foi eleita superiora, cargo que ocupou até a morte, contribuindo assim para maior satisfação das Irmãs, para as quais era uma verdadeira mãe. Governava pelo bom exemplo na prática de todas as virtudes, conseguindo assim que na comunidade reinasse sempre ótimo espírito, e as religiosas se esforçavam a seguir o exemplo da superiora.

Sempre  que nas quintas-feiras de tarde começava a meditação da Sagrada Paixão e Morte de Jesus, entrava em êxtase, permanecendo neste estado até o dia seguinte. As Irmãs observaram muitas vezes que Catarina, tendo recebido a santa Comunhão, parecia rodeada de luz celestial, e o corpo elevava-se acima do leito. Inimiga do próprio corpo, castigava-o com duras mortificações, quanto às Irmãs dedicava as maiores atenções, vendo-as sofrer qualquer coisa. Durante 48 anos não se alimentava senão de pão e água concedendo ao corpo um repouso noturno de três horas apenas. Tanto mais é para admirar este espírito de penitência, sabendo-se que a santa nunca cometera um  pecado mortal.

Grandes e extraordinárias foram também as graças, de que Deus cumulou sua serva. Catarina possuía o dom da profecia, do conhecimento de coisas ocultas, da cura de doenças e da multiplicação de mantimentos em favor dos pobres.

Maria Santíssima dignou-se de aparecer à serva de Deus e reclinou-lhe nos braços o Menino Jesus Cristo, que a consolava com dulcíssimos colóquios, e lhe imprimiu os sinais das chagas nas mãos, nos pés e no lado. Célebre é a visão de Jesus Cristo Crucificado, o qual desprendeu a mão da Cruz e a abraçou ternamente. Conhecedores da vida religiosa dizem que a santidade de Catarina mais se manifestou e brilhou nos dias tristíssimos da difamação e calúnia, do que na época das profecias e grandes milagres. São Felipe Nery, contemporâneo de Catarina, tinha em grande consideração a serva de Deus, com a qual mantinha viva correspondência. Ele mesmo diz que, por uma graça excepcional de Deus, teve a visão da Santa, com a qual se deteve demoradamente.

Pelo fim da vida, Catarina foi acometida de doenças gravíssimas e dolorosas. Com muita devoção recebeu os últimos Sacramentos, segurando sempre nas mãos a imagem do Crucifixo. Catarina morreu aos 11 de fevereiro de 1590,  tendo sido canonizada em 1746, pontificado de  Bento XIV.

A Igreja também celebra hoje a memória dos santos: Feliciano de Roma, Joana de Lestonnac e Bem-aventurada Maria Domenica Mantovani.

Evangelho do Dia

Apresentação do Senhor
Lc 2, 22-32



22 Terminados os dias da purificação deles, conforme a Lei de Moisés, levaram o menino para Jerusalém, a fim de apresentá-lo ao Senhor, 23 conforme está escrito na Lei do Senhor: «Todo primogênito de sexo masculino será consagrado ao Senhor.» 24 Foram também para oferecer em sacrifício um par de rolas ou dois pombinhos, conforme ordena a Lei do Senhor.


O Messias, sinal de contradição -* 25 Havia em Jerusalém um homem chamado Simeão. Era justo e piedoso. Esperava a consolação de Israel, e o Espírito Santo estava com ele. 26 O Espírito Santo tinha revelado a Simeão que ele não morreria sem primeiro ver o Messias prometido pelo Senhor. 27 Movido pelo Espírito, Simeão foi ao Templo. Quando os pais levaram o menino Jesus, para cumprirem as prescrições da Lei a respeito dele, 28 Simeão tomou o menino nos braços, e louvou a Deus, dizendo:

29 «Agora, Senhor, conforme a tua promessa, podes deixar o teu servo partir em paz.

30 Porque meus olhos viram a tua salvação, 31 que preparaste diante de todos os povos:

32 luz para iluminar as nações e glória do teu povo, Israel.»

* 21-24: Todo primogênito pertencia a Deus, e devia ser resgatado por meio de um sacrifício. Nessa ocasião, também se fazia a purificação da mãe, e se oferecia um cordeiro. Quem era pobre podia oferecer duas rolas ou dois pombinhos, em lugar do cordeiro (cf. Lv 5,1-8). O Messias nasce como dominado, em lugar pobre, e vem pobre, para os pobres.

Bíblia Sagrada – Edição Pastoral

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Meditação Diária

Coragem



Vencer não é competir com o outro e muito menos estar sempre fazendo comparações. Vencer é suplantar teus próprios limites, é ir além de tuas próprias capacidades, é derrotar teus inimigos interiores. E para que isso aconteça é necessário coragem. Coragem para planejar, coragem para arriscar, coragem para perder e também para ganhar… Coragem para não se deixar domar por aquilo que te quer fazer pequeno, pois nasceste para ser grande!


A coragem é uma virtude das pessoas fortes, daqueles (as) que se deixam inquietar e não se acomodam diante da própria vida. A força que não nos permite estacionar, a força do mar que quer sempre se expandir, a força da águia que quer voar ao infinito do céu… É esta a coragem que deve agir em nós como uma força motriz a nos impelir, a nos lançar na busca da meta, na realização daquele sonho que acompanha nossa própria trajetória humana…

Frase para refletir:

“Coragem, às vezes, é desapego. É parar de se esticar, em vão, para trazer a linha de volta. É aceitar doer inteiro até florir de novo” (Caio Fernando Abreu).


Frei Paulo Sérgio, ofm

Santo do Dia

Santa Veridiana


Santa Veridiana de Castelfiorentino (Castelo de Florença) nasceu em 1182. E, portanto, contemporânea de São Francisco de Assis, que segundo a tradição a visitou-a em 1221, admitindo-a na Ordem Terceira.

Santa Veridiana nasceu em 1182, ali mesmo nos arredores da cidade que amou e onde viveu quase toda sua existência, só que enclausurada numa minúscula cela, de livre e espontânea vontade. Pertencente a uma família nobre e rica, os Attavanti, Veridiana levou uma vida santa, que ficou conhecida muito além das fronteiras de sua terra.

A fortuna da família, embora em certa decadência, Veridiana sempre utilizou em favor dos pobres. Um dos prodígios atribuídos à ela, mostra bem o tamanho de sua caridade. Consta que certa vez um dos seus tios, muito rico, deixou à seus cuidados grande parte de seus bens, que eram as colheitas de suas terras.

A cidade atravessava uma época terrível de carestia e fome, seu tio nem pensou em auxiliar os necessitados, era um mercador e como tal aproveitando-se da miséria reinante. Durante algum tempo procurou vender grande parte desses víveres, o que conseguiu por um preço elevado, obtendo grande lucro. Mas, ao levar o comprador para retirar o material vendido, levou um susto, suas despensas estavam completamente vazias. Veridiana tinha distribuído tudo aos pobres

O tio comerciante ficou furioso, pediu um prazo de 24 horas ao comprador e ordenou a Veridiana que solucionasse o problema, já que fora a causadora dele. No dia seguinte, na hora marcada, as despensas estavam novamente cheias, e o negócio pode se concretizar.

Veridiana após uma peregrinação ao túmulo de Tiago em Compostela, Espanha, diga-se um centro de peregrinação tão requisitado quanto Roma o é pelos túmulos de São Pedro e São Paulo, ao retornar se decidiu pela vida religiosa e reclusa. Para que não se afastasse da cidade, seus amigos e parentes construíram então uma pequena e desconfortável cela, próxima ao Oratório de Santo Antônio, onde ela viveu 34 anos de penitência e solidão. A cela possuía uma única e mínima janela, por onde ela assistia à missa e recebia suas raras visitas e refeições, também minúsculas, suficientes apenas para que não morresse de fome.

No primeiro dia de fevereiro de 1242, de repente, todos os sinos do Castelfiorentino em Florença, Itália, começaram a repicar simultaneamente. Quando os moradores constataram que tocavam sozinhos, sem que ninguém os manuseassem, tudo ficou claro, porque eles anunciavam a morte de Veridiana.

O culto de Santa Veridiana foi aprovado pelo papa Clemente VII no ano de 1533. Ela também se tornou protetora do presídio feminino de Florença e, sua devoção ainda é muito popular na região da Toscana, na Itália.

A Igreja também celebra hoje a memória dos santos: Henrique Morse e Severo.

Evangelho do Dia

A missão de Jesus é irresistível
Mc 4, 26-34


* 26 E Jesus continuou dizendo: «O Reino de Deus é como um homem que espalha a semente na terra. 27 Depois ele dorme e acorda, noite e dia, e a semente vai brotando e crescendo, mas o homem não sabe como isso acontece. 28 A terra produz fruto por si mesma: primeiro aparecem as folhas, depois a espiga e, por fim, os grãos enchem a espiga. 29 Quando as espigas estão maduras, o homem corta com a foice, porque o tempo da colheita chegou.»

A missão atinge o mundo inteiro -* 30 Jesus dizia ainda: «Com que coisa podemos comparar o Reino de Deus? Que parábola podemos usar? 31 O Reino é como uma semente de mostarda, que é a menor de todas as sementes da terra. 32 Mas, quando é semeada, a mostarda cresce e torna-se maior que todas as plantas; ela dá ramos grandes, de modo que os pássaros do céu podem fazer ninhos em sua sombra.»

33 Jesus anunciava a Palavra usando muitas outras parábolas como essa, conforme eles podiam compreender. 34 Para a multidão Jesus só falava com parábolas, mas, quando estava sozinho com os discípulos, ele explicava tudo.

* 26-29: A missão de Jesus é portadora do Reino de Deus e da transformação que ele provoca. Uma vez iniciada, a ação de Jesus cresce e produz fruto de maneira imprevisível e irresistível.
* 30-34: Diante das estruturas e ações deste mundo, a atividade de Jesus e daqueles que o seguem parece impotente, e mesmo ridícula. Mas ela crescerá, até atingir o mundo inteiro.

Bíblia Sagrada – Edição Pastoral