sábado, 31 de dezembro de 2011

A IMPORTÂNCIA DA AMIZADE







Um dia, durante uma conversa entre advogados, me fizeram uma pergunta:

- O que de mais importante você já fez na sua vida?

A resposta me veio a mente na hora, mas não foi a que respondi pois as
circunstâncias não eram apropriadas.
No papel de advogado da indústria do espetáculo, sabia que os assistentes queriam escutar anedotas sobre meu trabalho com as celebridades. Mas aqui vai a verdadeira, que surgiu das profundezas das minhas recordações:

O mais importante que já fiz na minha vida, ocorreu em 08 de outubro de 1990. Comecei o dia jogando golfe com um ex-colega e amigo meu que há muito não o via. Entre uma jogada e outra, conversávamos a respeito do que acontecia na vida de cada um. Ele me contava que sua esposa e ele acabavam de ter um bebê. Enquanto jogávamos chegou o pai do meu amigo que, consternado, lhe diz que seu bebê parou de respirar e que foi levado para o hospital com urgência.

No mesmo instante, meu amigo subiu no carro de seu pai e se foi. Por um momento fiquei onde estava, sem pensar nem mover-me, mas logo tratei de pensar no que deveria fazer:

- Seguir meu amigo ao hospital ? Minha presença, disse a mim mesmo, não serviria de nada pois a criança certamente está sob cuidados de médicos, enfermeiras, e nada havia que eu pudesse fazer para mudar a situação.

- Oferecer meu apoio moral? Talvez, mas tanto ele quanto sua esposa
vinham de famílias numerosas e sem dúvida estariam rodeados de amigos e familiares que lhes ofereceriam apoio e conforto necessários, acontecesse o que acontecesse. A única coisa que eu faria indo até lá, era atrapalhar.

Decidi que mais tarde iria ver o meu amigo. Quando dei a partida no meu
carro, percebi que o meu amigo havia deixado o seu carro aberto com as
chaves na ignição, estacionado junto as quadras de tênis. Decidi, então,
fechar o carro e ir até o hospital entregar-lhe as chaves.

Como imaginei, a sala de espera estava repleta de familiares que os
consolavam. Entrei sem fazer ruído e fiquei junto a porta pensando o que
deveria fazer. Não demorou muito e surgiu um médico que aproximou-se do casal e em voz baixa, comunica o falecimento do bebê.

Durante os instantes que ficaram abraçados - a mim pareceu uma eternidade- choravam enquanto todos os demais ficaram ao redor daquele
silêncio de dor. O médico lhes perguntou se desejariam ficar alguns instantes com a criança. Meus amigos ficaram de pé e caminharam resignadamente até a porta.

Ao ver-me ali, aquela mãe me abraçou e começou a chorar. Também meu amigo se refugiou em meus braços e me disse:

- Muito obrigado por estar aqui !

Durante o resto da manhã fiquei sentado na sala de emergências do hospital, vendo meu amigo e sua esposa segurar nos braços seu bebê, despedindo-se dele. Isso foi o mais importante que já fiz na minha vida.

Aquela experiência me deixou três lições:

Primeira: o mais importante que fiz na vida, ocorreu quando não havia
absolutamente nada, nada que eu pudesse fazer. Nada daquilo que aprendi na universidade, nem nos anos em que exercia a minha profissão, nem todo o racional que utilizei para analisar a situação e decidir o que eu deveria fazer, me serviu para naquelas circunstâncias: duas pessoas receberam uma desgraça e nada eu poderia fazer para remediar. A única coisa que poderia fazer era esperar e acompanhá-los. Isto era o principal.

Segunda: estou convencido que o mais importante que já fiz na minha vida esteve a ponto de não ocorrer, devido as coisas que aprendi na universidade, aos conceitos do racional que aplicava na minha vida pessoal assim como faço na profissional. Ao aprender a pensar, quase me esqueci de sentir. Hoje, não tenho dúvida alguma que devia ter subido naquele carro sem vacilar e acompanhar meu amigo ao hospital.

Terceira: aprendi que a vida poder mudar em um instante.

Intelectualmente todos nós sabemos disso, mas acreditamos que os infortúnios acontecem com os outros. Assim fazemos nossos planos e imaginamos nosso futuro como algo tão real como se não houvesse espaços para outras ocorrências. Mas ao acordarmos de manhã, esquecemos que perder o emprego, sofrer uma doença, ou cruzar com um motorista embriagado e outras mil coisas, podem alterar este futuro em um piscar de olhos. Para alguns é necessário viver uma tragédia para recolocar as coisas em perspectiva.

Desde aquele dia busquei um equilíbrio entre o trabalho e a minha vida.

Aprendi que nenhum emprego, por mais gratificante que seja, compensa perder férias, romper um casamento ou passar um dia festivo longe da família.

E aprendi, que o mais importante da vida não é ganhar dinheiro, nem
ascender socialmente, nem receber honras. O mais importante da vida é ter tempo para cultivar uma amizade.

Autor Desconhecido



Mensagem do Papa Bento XVI para o Dia Mundial da Paz

1. INÍCIO DE UM NOVO ANO, dom de Deus à humanidade, induz-me a desejar a todos,  com grande confiança e estima, de modo especial que este tempo, que se abre diante de nós, fique marcado concretamente pela justiça e a paz.
Com qual atitude devemos olhar para o novo ano? No salmo 130, encontramos uma imagem muito bela. O salmista diz que o homem de fé aguarda pelo Senhor «mais do que a sentinela pela aurora»(v. 6), aguarda por Ele com firme esperança, porque sabe que trará luz, misericórdia, salvação. Esta expectativa nasce da experiência do povo eleito, que reconhece ter sido educado por Deus a olhar o mundo na sua verdade sem se deixar abater pelas tribulações.
Convido-vos a olhar o ano de 2012 com esta atitude confiante. É verdade que, no ano que termina, cresceu o sentido de frustração por causa da crise que aflige a sociedade, o mundo do trabalho e a economia; uma crise cujas raízes são primariamente culturais e antropológicas. Quase parece que um manto de escuridão teria descido sobre o nosso tempo, impedindo de ver com clareza a luz do dia.
Mas, nesta escuridão, o coração do homem não cessa de aguardar pela aurora de que fala o salmista.
Esta expectativa mostra-se particularmente viva e visível nos jovens; e é por isso que o meu pensamento se volta para eles, considerando o contributo que podem e devem oferecer à sociedade. Queria, pois, revestir a Mensagem para o XLV Dia Mundial da Paz duma perspectiva educativa: «Educar os jovens para a justiça e a paz», convencido de que eles podem, com o seu entusiasmo e idealismo, oferecer uma nova esperança ao mundo.
A minha mensagem dirige-se também aos pais, às famílias, a todas as componentes educativas, formadoras, bem como aos responsáveis nos diversos âmbitos da vida religiosa, social, política, econômica, cultural e mediática. Prestar atenção ao mundo juvenil, saber escutá-lo e valorizá-lo para a construção dum futuro de justiça e de paz não é só uma oportunidade, mas um dever primário de toda a sociedade.
Trata-se de comunicar aos jovens o apreço pelo valor positivo da vida, suscitando neles o desejo de consumá-la ao serviço do Bem. Esta é uma tarefa, na qual todos nós estamos, pessoalmente, comprometidos.
As preocupações manifestadas por muitos jovens nestes últimos tempos, em várias regiões do mundo, exprimem o desejo de poder olhar para o futuro com fundada esperança. Na hora atual, muitos são os aspectos que os trazem apreensivos: o desejo de receber uma formação que os prepare de maneira mais profunda para enfrentar a realidade, a dificuldade de formar uma família e encontrar um emprego estável, a capacidade efetiva de intervir no mundo da política, da cultura e da economia contribuindo para a construção duma sociedade de rosto mais humano e solidário.
É importante que estes fermentos e o idealismo que encerram encontrem a devida atenção em todas as componentes da sociedade. A Igreja olha para os jovens com esperança, tem confiança neles e encoraja-os a procurarem a verdade, a defenderem o bem comum, a possuírem perspectivas abertas sobre o mundo e olhos capazes de ver « coisas novas » (Is 42, 9; 48, 6).

Os responsáveis da educação
2. A educação é a aventura mais fascinante e difícil da vida. Educar – na sua etimologia latina educere – significa conduzir para fora de si mesmo ao encontro da realidade, rumo a uma plenitude que faz crescer a pessoa. Este processo alimenta-se do encontro de duas liberdades: a do adulto e a do jovem. Isto exige a responsabilidade do discípulo, que deve estar disponível para se deixar guiar no conhecimento da realidade, e a do educador, que deve estar disposto a dar-se a si mesmo. Mas, para isso, não bastam meros dispensadores de regras e informações; são necessárias testemunhas autênticas, ou seja, testemunhas que saibam ver mais longe do que os outros, porque a sua vida abraça espaços mais amplos. A testemunha é alguém que vive, primeiro, o caminho que propõe.

E quais são os lugares onde amadurece uma verdadeira educação para a paz e a justiça? Antes de mais nada, a família, já que os pais são os primeiros educadores. A família é célula originária da sociedade. «É na família que os filhos aprendem os valores humanos e cristãos que permitem uma convivência construtiva e pacífica. É na família que aprendem a solidariedade entre as gerações, o respeito pelas regras, o perdão e o acolhimento do outro». Esta é a primeira escola, onde se educa para a justiça e a paz.
Vivemos num mundo em que a família e até a própria vida se veem constantemente ameaçadas e, não raro, destroçadas. Condições de trabalho frequentemente pouco compatíveis com as responsabilidades familiares, preocupações com o futuro, ritmos frenéticos de vida, emigração à procura de um adequado sustento se não mesmo da pura sobrevivência, acabam por tornar difícil a possibilidade de assegurar aos filhos um dos bens mais preciosos: a presença dos pais; uma presença, que permita compartilhar de forma cada vez mais profunda o caminho para se poder transmitir a experiência e as certezas adquiridas com os anos – o que só se torna viável com o tempo passado juntos. Queria aqui dizer aos pais para não desanimarem! Com o exemplo da sua vida, induzam os filhos a colocar a esperança antes de tudo em Deus, o único de quem surgem justiça e paz autênticas.

Quero dirigir-me também aos responsáveis das instituições com tarefas educativas: Velem, com grande sentido de responsabilidade, por que seja respeitada e valorizada em todas as circunstâncias a dignidade de cada pessoa. Tenham a peito que cada jovem possa descobrir a sua própria vocação, acompanhando-o para fazer frutificar os dons que o Senhor lhe concedeu. Assegurem às famílias que os seus filhos não terão um caminho formativo em contraste com a sua consciência e os seus princípios religiosos.
Possa cada ambiente educativo ser lugar de abertura ao transcendente e aos outros; lugar de diálogo, coesão e escuta, onde o jovem se sinta valorizado nas suas capacidades e riquezas interiores e aprenda a apreciar os irmãos. Possa ensinar a saborear a alegria que deriva de viver dia após dia a caridade e a compaixão para com o próximo e de participar ativamente na construção duma sociedade mais humana e fraterna.
Dirijo-me, depois, aos responsáveis políticos, pedindo-lhes que ajudem concretamente as famílias e as instituições educativas a exercerem o seu direito–dever de educar. Não deve jamais faltar um adequado apoio à maternidade e à paternidade. Atuem de modo que a ninguém seja negado o acesso à instrução e que as famílias possam escolher livremente as estruturas educativas consideradas mais idôneas para o bem dos seus filhos. Esforcem-se por favorecer a reunificação das famílias que estão separadas devido à necessidade de encontrar meios de subsistência.
Proporcionem aos jovens uma imagem transparente da política, como verdadeiro serviço para o bem de todos. Não posso deixar de fazer apelo ainda ao mundo das mídia para que prestem a sua contribuição educativa. Na sociedade atual, os meios de comunicação de massa têm uma função particular: não só informam, mas também formam o espírito dos seus destinatários e, consequentemente, podem concorrer notavelmente para a educação dos jovens. É importante ter presente a ligação estreitíssima que existe entre educação e comunicação: de fato, a educação realiza-se por meio da comunicação, que influi positiva ou negativamente na formação da pessoa.
Também os jovens devem ter a coragem de começar, eles mesmos, a viver aquilo que pedem a quantos os rodeiam. Que tenham a força de fazer um uso bom e consciente da liberdade, pois cabe-lhes em tudo isto uma grande responsabilidade: são responsáveis pela sua própria educação e formação para a justiça e a paz.

Educar para a verdade e a liberdade
3. Santo Agostinho perguntava-se: «Quid enim fortius desiderat anima quam veritatem – que deseja o homem mais intensamente do que a verdade?». O rosto humano duma sociedade depende muito da contribuição da educação para manter viva esta questão inevitável. De fato, a educação diz respeito à formação integral da pessoa, incluindo a dimensão moral e espiritual do seu ser, tendo em vista o seu fim último e o bem da sociedade a que pertence.
Por isso, a fim de educar para a verdade, é preciso antes de mais nada saber que é a pessoa humana, conhecer a sua natureza. Olhando a realidade que o rodeava, o salmista pôs-se a pensar: «Quando contemplo os céus, obra das vossas mãos, a lua e as estrelas que Vós criastes: que é o homem para Vos lembrardes dele, o filho do homem para com ele Vos preocupardes? » (Sal 8, 4-5). Esta é a pergunta fundamental que nos devemos colocar: Que é o homem?
O homem é um ser que traz no coração uma sede de infinito, uma sede de verdade – não uma verdade parcial, mas capaz de explicar o sentido da vida –, porque foi criado à imagem e semelhança de Deus. Assim, o fato de reconhecer com gratidão a vida como dom inestimável leva a descobrir a dignidade profunda e a inviolabilidade própria de cada pessoa.
Por isso, a primeira educação consiste em aprender a reconhecer no homem a imagem do Criador e, consequentemente, a ter um profundo respeito por cada ser humano e ajudar os outros a realizarem uma vida conforme a esta sublime dignidade. É preciso não esquecer jamais que «o autêntico desenvolvimento do homem diz respeito unitariamente à totalidade da pessoa em todas as suas dimensões», incluindo a transcendente, e que não se pode sacrificar a pessoa para alcançar um bem particular, seja ele econômico ou social, individual ou coletivo.
Só na relação com Deus é que o homem compreende o significado da sua liberdade, sendo tarefa da educação formar para a liberdade autêntica. Esta não é a ausência de vínculos, nem o império do livre arbítrio; não é o absolutismo do eu. Quando o homem se crê um ser absoluto, que não depende de nada nem de ninguém e pode fazer tudo o que lhe apetece, acaba por contradizer a verdade do seu ser e perder a sua liberdade. De fato, o homem é precisamente o contrário: um ser relacional, que vive em relação com os outros e, sobretudo, com Deus. A liberdade autêntica não pode jamais ser alcançada, afastando-se d’Ele.
A liberdade é um valor precioso, mas delicado: pode ser mal entendida e usada mal. «Hoje um obstáculo particularmente insidioso à ação educativa é constituído pela presença maciça, na nossa sociedade e cultura, daquele relativismo que, nada reconhecendo como definitivo, deixa como última medida somente o próprio eu com os seus desejos e, sob a aparência da liberdade, torna-se para cada pessoa uma prisão, porque separa uns dos outros, reduzindo cada um a permanecer fechado dentro do próprio “eu”. Dentro de um horizonte relativista como este, não é possível, portanto, uma verdadeira educação: sem a luz da verdade, mais cedo ou mais tarde cada pessoa está, de fato, condenada a duvidar da bondade da sua própria vida e das relações que a constituem, da validez do seu compromisso para construir com os outros algo em comum ».



Por conseguinte o homem, para exercer a sua liberdade, deve superar o horizonte relativista e conhecer a verdade sobre si próprio e a verdade acerca do que é bem e do que é mal. No íntimo da consciência, o homem descobre uma lei que não se impôs a si mesmo, mas à qual deve obedecer e cuja voz o chama a amar e fazer o bem e a fugir do mal, a assumir a responsabilidade do bem cumprido e do mal praticado. Por isso, o exercício da liberdade está intimamente ligado com a lei moral natural, que tem caráter universal, exprime a dignidade de cada pessoa, coloca a base dos seus direitos e deveres fundamentais e, consequentemente, da convivência justa e pacífica entre as pessoas.

Assim o reto uso da liberdade é um ponto central na promoção da justiça e da paz, que exigem a cada um o respeito por si próprio e pelo outro, mesmo possuindo um modo de ser e viver distante do meu. Desta atitude derivam os elementos sem os quais paz e justiça permanecem palavras desprovidas de conteúdo: a confiança recíproca, a capacidade de encetar um diálogo construtivo, a possibilidade do perdão, que muitas vezes se quereria obter mas sente-se dificuldade em conceder, a caridade mútua, a compaixão para com os mais frágeis, e também a prontidão ao sacrifício.

Educar para a justiça
4. No nosso mundo, onde o valor da pessoa, da sua dignidade e dos seus direitos, não obstante as proclamações de intentos, está seriamente ameaçado pela tendência generalizada de recorrer exclusivamente aos critérios da utilidade, do lucro e do ter, é importante não separar das suas raízes transcendentes o conceito de justiça. De fato, a justiça não é uma simples convenção humana, pois o que é justo determina-se originariamente não pela lei positiva, mas pela identidade profunda do ser humano. É a visão integral do homem que impede de cair numa concepção contratualista da justiça e permite abrir também para ela o horizonte da solidariedade e do amor.

Não podemos ignorar que certas correntes da cultura moderna, apoiadas em princípios econômicos racionalistas e individualistas, alienaram das suas raízes transcendentes o conceito de justiça, separando-o da caridade e da solidariedade. Ora « a “cidade do homem” não se move apenas por relações feitas de direitos e de deveres, mas antes e sobretudo por relações de gratuidade, misericórdia e comunhão. A caridade manifesta sempre, mesmo nas relações humanas, o amor de Deus; dá valor teologal e salvífico a todo o empenho de justiça no mundo».
« Felizes os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados » (Mt 5, 6). Serão saciados, porque têm fome e sede de relações justas com Deus, consigo mesmo, com os seus irmãos e irmãs, com a criação inteira.

Educar para a paz
5. «A paz não é só ausência de guerra, nem se limita a assegurar o equilíbrio das forças adversas. A paz não é possível na terra sem a salvaguarda dos bens das pessoas, a livre comunicação entre os seres humanos, o respeito pela dignidade das pessoas e dos povos e a prática assídua da fraternidade». A paz é fruto da justiça e efeito da caridade. É, antes de mais nada, dom de Deus. Nós, os cristãos, acreditamos que a nossa verdadeira paz é Cristo: n’Ele, na sua Cruz, Deus reconciliou consigo o mundo e destruiu as barreiras que nos separavam uns dos outros (cf. Ef 2, 14-18); n’Ele, há uma única família reconciliada no amor.
A paz, porém, não é apenas dom a ser recebido, mas obra a ser construída. Para sermos verdadeiramente artífices de paz, devemos educar-nos para a compaixão, a solidariedade, a colaboração, a fraternidade, ser ativos dentro da comunidade e solícitos em despertar as consciências para as questões nacionais e internacionais e para a importância de procurar adequadas modalidades de redistribuição da riqueza, de promoção do crescimento, de cooperação para o desenvolvimento e de resolução dos conflitos.

« Felizes os pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus » – diz Jesus no sermão da montanha (Mt 5, 9). A paz para todos nasce da justiça de cada um, e ninguém pode subtrair-se a este compromisso essencial de promover a justiça segundo as respectivas competências e responsabilidades. De forma particular convido os jovens, que conservam viva a tensão pelos ideais, a procurarem com paciência e tenacidade a justiça e a paz e a cultivarem o gosto pelo que é justo e verdadeiro, mesmo quando isso lhes possa exigir sacrifícios e obrigue a caminhar contracorrente.

Levantar os olhos para Deus
6. Perante o árduo desafio de percorrer os caminhos da justiça e da paz, podemos ser tentados a interrogar-nos como o salmista: «Levanto os olhos para os montes, de onde me virá o auxílio? » (Sal 121, 1). A todos, particularmente aos jovens, quero bradar: «Não são as ideologias que salvam o mundo, mas unicamente o voltar-se para o Deus vivo, que é o nosso criador, o garante da nossa liberdade, o garante do que é deveras bom e verdadeiro (…), o voltar-se sem reservas para Deus, que é a medida do que é justo e, ao mesmo tempo, é o amor eterno. E que mais nos poderia salvar senão o amor?». O amor rejubila com a verdade, é a força que torna capaz de comprometer-se pela verdade, pela justiça, pela paz, porque tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta (cf. 1 Cor 13, 1-13).
Queridos jovens, vós sois um dom precioso para a sociedade. Diante das dificuldades, não vos deixeis invadir pelo desânimo nem vos abandoneis a falsas soluções, que frequentemente se apresentam como o caminho mais fácil para superar os problemas. Não tenhais medo de vos empenhar, de enfrentar a fadiga e o sacrifício, de optar por caminhos que requerem fidelidade e constância, humildade e dedicação. Vivei com confiança a vossa juventude e os anseios profundos que sentis de felicidade, verdade, beleza e amor verdadeiro. Vivei intensamente esta fase da vida, tão rica e cheia de entusiasmo.
Sabei que vós mesmos servis de exemplo e estímulo para os adultos, e tanto mais o sereis quanto mais vos esforçardes por superar as injustiças e a corrupção, quanto mais desejardes um futuro melhor e vos comprometerdes a construí-lo. Cientes das vossas potencialidades, nunca vos fecheis em vós próprios, mas trabalhai por um futuro mais luminoso para todos. Nunca vos sintais sozinhos! A Igreja confia em vós, acompanha-vos, encoraja-vos e deseja oferecer-vos o que tem de mais precioso: a possibilidade de levantar os olhos para Deus, de encontrar Jesus Cristo – Ele que é a justiça e a paz.
Oh vós todos, homens e mulheres, que tendes a peito a causa da paz! Esta não é um bem já alcançado, mas uma meta, à qual todos e cada um deve aspirar. Olhemos, pois, o futuro com maior esperança, encorajemo-nos mutuamente ao longo do nosso caminho, trabalhemos para dar ao nosso mundo um rosto mais humano e fraterno e sintamo-nos unidos na responsabilidade que temos para com as jovens gerações, presentes e futuras, nomeadamente quanto à sua educação para se tornarem pacíficas e pacificadoras! Apoiado em tal certeza, envio-vos estas reflexões que se fazem apelo: Unamos as nossas forças espirituais, morais e materiais, a fim de «educar os jovens para a justiça e a paz».

Vaticano, 8 de dezembro de 2011.

Tags: paz

Evangelho do Dia

Jo 1,1-18





Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo, segundo João – Naquele tempo, 1No princípio era o Verbo, e o Verbo estava junto de Deus e o Verbo era Deus. 2Ele estava no princípio junto de Deus. 3Tudo foi feito por ele, e sem ele nada foi feito. 4Nele havia a vida, e a vida era a luz dos homens. 5A luz resplandece nas trevas, e as trevas não a compreenderam. 6Houve um homem, enviado por Deus, que se chamava João. 7Este veio como testemunha, para dar testemunho da luz, a fim de que todos cressem por meio dele. 8Não era ele a luz, mas veio para dar testemunho da luz. 9[O Verbo] era a verdadeira luz que, vindo ao mundo, ilumina todo homem. 10Estava no mundo e o mundo foi feito por ele, e o mundo não o reconheceu. 11Veio para o que era seu, mas os seus não o receberam. 12Mas a todos aqueles que o receberam, aos que crêem no seu nome, deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus, 13os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas sim de Deus. 14E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, e vimos sua glória, a glória que o Filho único recebe do seu Pai, cheio de graça e de verdade. 15João dá testemunho dele, e exclama: Eis aquele de quem eu disse: O que vem depois de mim é maior do que eu, porque existia antes de mim. 16Todos nós recebemos da sua plenitude graça sobre graça. 17Pois a lei foi dada por Moisés, a graça e a verdade vieram por Jesus Cristo. 18Ninguém jamais viu Deus. O Filho único, que está no seio do Pai, foi quem o revelou. – Palavra da salvação.

sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Foi Tua Mão que Encontrei





Foi a tua mão que encontrei estendida, quando realmente precisei de um amigo.

Foram teus olhos que fixei, quando senti-me só.

Tuas palavras me orientaram, mostrando o caminho correto, que eu não encontrava.

Teu sorriso consolou-me.

Sua força interior era tudo que precisava.

Espero retribuir sua generosidade, de toda alma e coração. 

Fico feliz por pertencer ao seu círculo de amizades, e quero sinceramente dizer-lhe:

- Você é uma pessoa muito especial! 
 

(Desconheço Autor)
 

Evangelho do Dia

Lc 2, 41-52


Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo, segundo Lucas – Naquele tempo, 22Concluídos os dias da sua purificação segundo a Lei de Moisés, levaram-no a Jerusalém para o apresentar ao Senhor, 23conforme o que está escrito na lei do Senhor: Todo primogênito do sexo masculino será consagrado ao Senhor (Ex 13,2); 24e para oferecerem o sacrifício prescrito pela lei do Senhor, um par de rolas ou dois pombinhos. 25Ora, havia em Jerusalém um homem chamado Simeão. Este homem, justo e piedoso, esperava a consolação de Israel, e o Espírito Santo estava nele. 26Fora-lhe revelado pelo Espírito Santo que não morreria sem primeiro ver o Cristo do Senhor. 27Impelido pelo Espírito Santo, foi ao templo. E tendo os pais apresentado o menino Jesus, para cumprirem a respeito dele os preceitos da lei, 28tomou-o em seus braços e louvou a Deus nestes termos: 29Agora, Senhor, deixai o vosso servo ir em paz, segundo a vossa palavra. 30Porque os meus olhos viram a vossa salvação 31que preparastes diante de todos os povos, 32como luz para iluminar as nações, e para a glória de vosso povo de Israel. 33Seu pai e sua mãe estavam admirados das coisas que dele se diziam. 34Simeão abençoou-os e disse a Maria, sua mãe: Eis que este menino está destinado a ser uma causa de queda e de soerguimento para muitos homens em Israel, e a ser um sinal que provocará contradições, 35a fim de serem revelados os pensamentos de muitos corações. E uma espada transpassará a tua alma. 36Havia também uma profetisa chamada Ana, filha de Fanuel, da tribo de Aser; era de idade avançada. 37Depois de ter vivido sete anos com seu marido desde a sua virgindade, ficara viúva, e agora com oitenta e quatro anos não se apartava do templo, servindo a Deus noite e dia em jejuns e orações. 38Chegando ela à mesma hora, louvava a Deus e falava de Jesus a todos aqueles que em Jerusalém esperavam a libertação. 39Após terem observado tudo segundo a lei do Senhor, voltaram para a Galiléia, à sua cidade de Nazaré. 40O menino ia crescendo e se fortificava: estava cheio de sabedoria, e a graça de Deus repousava nele. – Palavra da salvação.

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Sonha Amigo



 Sonha Amigo 


Sonha amigo!!! 
Conquiste teu espaço, 
que o tempo é escasso... 
remenda os pedaços das decepções. 


Sonha e vive... 
Não há tempo para tudo... 
para erro há desculpas... 
e muitos perdões. 


Há espaço... 
prá sonhos de pouco sonhar, 
há verbos presentes... 
te bastas usar. 


O que tu pensares... 
procura agir... 
te enfrenta...amigo,
... não vale fugir. 


Se hoje fizeres... 
o que sempre quiseste... 
não tens que pensar... 
Seja apenas feliz!!! 
A vida prossegue... 
Não pode parar. 


Ouça amigo... 
o que o coração diz. 
Prá mais tarde somando viver, 
não te arrependas das coisas... 
que deixaste de fazer. 


Sonha e vive... 
Não se esqueça jamais... 
A hora é agora... 
Amanhã será tarde demais... 
Sonha Amigo!!!


Evangelho do Dia

Lc 2, 22-35 



Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo, segundo Lucas – Naquele tempo, 22Concluídos os dias da sua purificação segundo a Lei de Moisés, levaram-no a Jerusalém para o apresentar ao Senhor, 23conforme o que está escrito na lei do Senhor: Todo primogênito do sexo masculino será consagrado ao Senhor (Ex 13,2); 24e para oferecerem o sacrifício prescrito pela lei do Senhor, um par de rolas ou dois pombinhos. 25Ora, havia em Jerusalém um homem chamado Simeão. Este homem, justo e piedoso, esperava a consolação de Israel, e o Espírito Santo estava nele. 26Fora-lhe revelado pelo Espírito Santo que não morreria sem primeiro ver o Cristo do Senhor. 27Impelido pelo Espírito Santo, foi ao templo. E tendo os pais apresentado o menino Jesus, para cumprirem a respeito dele os preceitos da lei, 28tomou-o em seus braços e louvou a Deus nestes termos: 29Agora, Senhor, deixai o vosso servo ir em paz, segundo a vossa palavra. 30Porque os meus olhos viram a vossa salvação 31que preparastes diante de todos os povos, 32como luz para iluminar as nações, e para a glória de vosso povo de Israel. 33Seu pai e sua mãe estavam admirados das coisas que dele se diziam. 34Simeão abençoou-os e disse a Maria, sua mãe: Eis que este menino está destinado a ser uma causa de queda e de soerguimento para muitos homens em Israel, e a ser um sinal que provocará contradições, 35a fim de serem revelados os pensamentos de muitos corações. E uma espada transpassará a tua alma. – Palavra da salvação.

Reflexão:
Quem espera no Senhor jamais será decepcionado, pois ele sempre cumpre as suas promessas. Deus prometeu durante todo o Antigo Testamento a vinda do Messias e muitos em Israel acreditaram nessa promessa, vivendo na esperança da sua chegada. O canto de Simeão nos mostra esta esperança e a alegria da realização da promessa, assim como os elementos principais da missão messiânica de Jesus, que será um sinal de contradição para o povo, pois será libertação para o pobre e condenação para aqueles que não acreditam nele e na sua palavra, de modo que não se convertem.

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

;D


Jeito Amigo







No teu jeito sincero Não há dolo ou vileza.
Tenho assim a certeza Que a razão dos teus versos
Não é dúbia ou forçada: És meu bom camarada.


O teu jeito constante  Me sustenta na lida,
Pois na luta renhida Teu apoio é incessante:
Minhas mágoas carregas, Pois és meu bom colega.


O teu jeito espontâneo Traz a luz da alegria:
Tua presença irradia Um sorriso instantâneo;
E, por ser verdadeiro, És meu bom companheiro.


Teu jeito apaixonado Me faz crer na amizade:
'Té na eternidade Quero ver-te ao meu lado,
Caminhando comigo,
Pois és meu bom amigo.

Ederson Peka










Evangelho do Dia

Mt 2, 13-18


Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo, segundo Mateus – Naquele tempo, 13Depois de sua partida, um anjo do Senhor apareceu em sonhos a José e disse: Levanta-te, toma o menino e sua mãe e foge para o Egito; fica lá até que eu te avise, porque Herodes vai procurar o menino para o matar. 14José levantou-se durante a noite, tomou o menino e sua mãe e partiu para o Egito. 15Ali permaneceu até a morte de Herodes para que se cumprisse o que o Senhor dissera pelo profeta: Eu chamei do Egito meu filho (Os 11,1). 16Vendo, então, Herodes que tinha sido enganado pelos magos, ficou muito irado e mandou massacrar em Belém e nos seus arredores todos os meninos de dois anos para baixo, conforme o tempo exato que havia indagado dos magos. 17Cumpriu-se, então, o que foi dito pelo profeta Jeremias: 18Em Ramá se ouviu uma voz, choro e grandes lamentos: é Raquel a chorar seus filhos; não quer consolação, porque já não existem (Jer 31,15)! – Palavra da salvação.

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Eternos amigos

Amigo Muito Especial

Amigo é alguém muito especial!

Ele nos faz sorrir e nos encoraja

Para sermos bem-sucedidos.

Ele empresta um ouvido quando precisamos,

Ele compartilha uma palavra de elogio

E sempre tem o coração aberto para nós.

Ele divide com a gente aquilo que tem

E se sente feliz com o que pode receber.

Amigo.... É assim....

Como VOCÊ!





AMIGOS....

Pessoas especiais...

São estas que de repente, começam a fazer parte de

nossa vida e que farão parte de nossa saudade

Você é especial...

Porque soube e sabe bem

ser "AMIGO".

Soube me ensinar o real e verdadeiro sentido da

palavra "AMOR"...

Soube na hora certa Ser leal e solidário...

Obrigada pelo papel que desempenha em minha

vida...

Obrigada pela tua atenção pelo carinho e respeito

Desejo-te sempre felicidade por toda tua vida...

Afinal...

Ter você como amigo é conjugar o verbo amar

sempre e ter a Benção de

Deus...
Autora - Mary


Evangelho do Dia

Jo 20, 2-28


Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo, segundo João – Naquele tempo, 1No primeiro dia que se seguia ao sábado, Maria Madalena foi ao sepulcro, de manhã cedo, quando ainda estava escuro. Viu a pedra removida do sepulcro. 2Correu e foi dizer a Simão Pedro e ao outro discípulo a quem Jesus amava: Tiraram o Senhor do sepulcro, e não sabemos onde o puseram! 3Saiu então Pedro com aquele outro discípulo, e foram ao sepulcro. 4Corriam juntos, mas aquele outro discípulo correu mais depressa do que Pedro e chegou primeiro ao sepulcro. 5Inclinou-se e viu ali os panos no chão, mas não entrou. 6Chegou Simão Pedro que o seguia, entrou no sepulcro e viu os panos postos no chão. 7Viu também o sudário que estivera sobre a cabeça de Jesus. Não estava, porém, com os panos, mas enrolado num lugar à parte. 8Então entrou também o discípulo que havia chegado primeiro ao sepulcro. Viu e creu. – Palavra da salvação.

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Evangelho do Dia - 26/12

Mt 10, 17-22


Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo, segundo Mateus – Naquele tempo, 17Cuidai-vos dos homens. Eles vos levarão aos seus tribunais e açoitar-vos-ão com varas nas suas sinagogas. 18Sereis por minha causa levados diante dos governadores e dos reis: servireis assim de testemunho para eles e para os pagãos. 19Quando fordes presos, não vos preocupeis nem pela maneira com que haveis de falar, nem pelo que haveis de dizer: naquele momento ser-vos-á inspirado o que haveis de dizer. 20Porque não sereis vós que falareis, mas é o Espírito de vosso Pai que falará em vós. 21O irmão entregará seu irmão à morte. O pai, seu filho. Os filhos levantar-se-ão contra seus pais e os matarão. 22Sereis odiados de todos por causa de meu nome, mas aquele que perseverar até o fim será salvo. – Palavra da salvação.

Evangelho do Dia - 25/12

Jo 1, 1-18




Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo, segundo João – Naquele tempo, 1No princípio era o Verbo, e o Verbo estava junto de Deus e o Verbo era Deus. 2Ele estava no princípio junto de Deus. 3Tudo foi feito por ele, e sem ele nada foi feito. 4Nele havia a vida, e a vida era a luz dos homens. 5A luz resplandece nas trevas, e as trevas não a compreenderam. 6Houve um homem, enviado por Deus, que se chamava João. 7Este veio como testemunha, para dar testemunho da luz, a fim de que todos cressem por meio dele. 8Não era ele a luz, mas veio para dar testemunho da luz. 9[O Verbo] era a verdadeira luz que, vindo ao mundo, ilumina todo homem.10Estava no mundo e o mundo foi feito por ele, e o mundo não o reconheceu. 11Veio para o que era seu, mas os seus não o receberam.12Mas a todos aqueles que o receberam, aos que crêem no seu nome, deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus, 13os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas sim de Deus. 14E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, e vimos sua glória, a glória que o Filho único recebe do seu Pai, cheio de graça e de verdade. 15João dá testemunho dele, e exclama: Eis aquele de quem eu disse: O que vem depois de mim é maior do que eu, porque existia antes de mim. 16Todos nós recebemos da sua plenitude graça sobre graça. 17Pois a lei foi dada por Moisés, a graça e a verdade vieram por Jesus Cristo.18Ninguém jamais viu Deus. O Filho único, que está no seio do Pai, foi quem o revelou. – Palavra da salvação.

sábado, 24 de dezembro de 2011

Reflexão

Idoso e Ser Velho


“Idoso é quem tem muita idade; velho é quem perdeu a jovialidade.
A idade causa degeneração das células; a velhice, a degeneração do espírito.
Você é idoso quando se pergunta se vale a pena;
Você é velho quando, sem pensar, responde que não.
Você é idoso quando sonha;
Você é velho quando apenas dorme.
Você é idoso quando ainda aprende;
Você é velho quando já nem ensina.
Você é idoso quando se exercita;
Você é velho quando apenas descansa.
Você é idoso quando ainda sente amor;
Você é velho quando só sente ciúmes.
Você é idoso quando o dia de hoje é o primeiro do resto de sua vida;
Você é velho quando todos os dias parecem o último da longa jornada.
Você é idoso quando o seu calendário tem amanhãs;
Você é velho quando ele só tem ontens.
O idoso se renova a cada dia que começa; o velho se acaba a cada noite que termina, pois, enquanto o idoso tem os olhos postos no horizonte, de onde o sol desponta e ilumina a esperança, o velho tem sua miopia voltada para as sombras do passado.
O idoso tem planos; o velho tem saudades.
O idoso curte o que lhe resta da vida;
o velho sofre o que o aproxima da morte.
O idoso leva uma vida ativa, plena de projetos e prenhe de esperança.
Para ele o tempo passa rápido, mas a velhice nunca chega.
Para o velho suas horas se arrastam destituídas de sentido.
As rugas do idoso são bonitas, porque foram marcadas pelo sorriso;
as rugas do velho são feias, porque foram vincadas pela amargura.
Em suma, idoso e velho podem ter a mesma idade no cartório,
mas tem idades diferentes no coração.
Que você, idoso, viva uma longa vida, mas não fique velho nunca”

Jorge R. Nascimento

Evangelho do Dia

24/12/2011

Lc 1, 67-79

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo, segundo Lucas – Naquele tempo, 67Zacarias, seu pai, ficou cheio do Espírito Santo e profetizou, nestes termos: 68Bendito seja o Senhor, Deus de Israel, porque visitou e resgatou o seu povo, 69e suscitou-nos um poderoso Salvador, na casa de Davi, seu servo 70(como havia anunciado, desde os primeiros tempos, mediante os seus santos profetas), 71para nos livrar dos nossos inimigos e das mãos de todos os que nos odeiam. 72Assim exerce a sua misericórdia com nossos pais, e se recorda de sua santa aliança, 73segundo o juramento que fez a nosso pai Abraão: de nos conceder que, sem temor, 74libertados de mãos inimigas, possamos servi-lo 75em santidade e justiça, em sua presença, todos os dias da nossa vida. 76E tu, menino, serás chamado profeta do Altíssimo, porque precederás o Senhor e lhe prepararás o caminho, 77para dar ao seu povo conhecer a salvação, pelo perdão dos pecados. 78Graças à ternura e misericórdia de nosso Deus, que nos vai trazer do alto a visita do Sol nascente, 79que há de iluminar os que jazem nas trevas e na sombra da morte e dirigir os nossos passos no caminho da paz. – Palavra da salvação.

Reflexão:
 
João Batista é o precursor do Messias, aquele que veio para dar testemunho da verdadeira luz que ilumina todo homem que vem a este mundo, expulsando as trevas do erro, do pecado e da morte, para dar a todos a vida nova, a vida em abundância. Zacarias, no seu canto, nos mostra não apenas este fato, mas também que o nosso Deus é o Deus da misericórdia, que vem ao nosso encontro para nos trazer a salvação, nos libertar de todo poder do inimigo e fazer de todos nós um povo santo, que vive na sua graça e que é destinado à vida eterna.

Fonte: www.franciscanos.org.br

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Evangelho do Dia

Evangelho do Dia 23/12/2011

1, 57-66

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo, segundo Lucas – Naquele tempo, 57Completando-se para Isabel o tempo de dar à luz, teve um filho. 58Os seus vizinhos e parentes souberam que o Senhor lhe manifestara a sua misericórdia, e congratulavam-se com ela. 59No oitavo dia, foram circuncidar o menino e o queriam chamar pelo nome de seu pai, Zacarias. 60Mas sua mãe interveio: Não, disse ela, ele se chamará João. 61Replicaram-lhe: Não há ninguém na tua família que se chame por este nome. 62E perguntavam por acenos ao seu pai como queria que se chamasse. 63Ele, pedindo uma tabuinha, escreveu nela as palavras: João é o seu nome. Todos ficaram pasmados. 64E logo se lhe abriu a boca e soltou-se-lhe a língua e ele falou, bendizendo a Deus. 65O temor apoderou-se de todos os seus vizinhos; o fato divulgou-se por todas as montanhas da Judéia. 66Todos os que o ouviam conservavam-no no coração, dizendo: Que será este menino? Porque a mão do Senhor estava com ele. – Palavra da salvação.


Reflexão:
 
O nascimento de João Batista nos mostra a atuação de Deus na história e que nem sempre entendemos esta atuação ou os nossos projetos são os mesmos dele. Quando existe discordância entre a vontade de Deus e a nossa vontade, nós nos tornamos limitados e incapazes de viver plenamente na graça divina e de comunicar esta graça aos nossos irmãos e irmãs, mas quando a nossa vida é conforme a vontade de Deus, a graça divina atua em nós, a mão do Senhor está conosco e a nossa boca se abre para anunciar suas maravilhas e proclamar os seus louvores.


Fonte: www.franciscanos.org.br

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

O Mundo Tornou-se Um Presépio

A encarnação do Verbo de Deus, Jesus Cristo, mudou o curso da história, o destino do homem e do mundo. O tempo foi fecundado pelo eterno e os atos humanos ganharam uma significação decisiva: nos fatos se constrói a salvação ou a perdição da vida. Crer num Deus que assumiu a condição humana é crer que toda pessoa tem uma dignidade e um valor fundamental, pelo simples fato de viver, porque a vida é sagrada.
Depois de Cristo, tudo tem a ver com Deus: as criaturas, a natureza, as diferentes culturas, as raças, e todas as coisas mais comuns que constituem a vida humana. “Todas as coisas foram feitas por Ele e sem Ele nada se fez de tudo o que foi feito” (Jo 1,3). Hoje, a encarnação tem um caminho de volta: por meio de cada pessoa e do mundo em que vivemos, podemos descobrir a presença do Deus que assumiu nossas feições e tornou-se um de nós. “Entre nós armou sua tenda e nós vimos sua glória” (Jo 1,14).
Quando São Francisco de Assis, em sua intuição original recriou no presépio de Greccio, a expressão poética do natal, desejava experimentar e reviver na própria carne, o mistério e o encantamento, o amor e a dor, a contradição da glória divina revelada na pobreza do Filho de Deus. Desde então, compor um presépio com figuras e materiais comuns e ordinários, tornou-se um ato de fé, vislumbrando a presença do Deus encarnado em tudo aquilo que constitui a vida. Para contemplar o presépio e nele descobrir a revelação divina no cotidiano humano, há uma condição: é preciso mudar o coração e o olhar, porque o mundo tornou-se presépio.
É este o sentido de compor e imaginar a cena do nascimento de Jesus Cristo nas mais diferentes situações e culturas. É Ele o índio, é Ele o negro, é Ele o pobre, o homem comum na cidade, na favela, no campo… Porque todo ser humano tornou-se sacramento do Filho, e todo lugar e cultura tornaram-se sacramento da manjedoura de Belém. Universal não é o presépio, é sim o mistério da vida que só tem uma morada: o coração humano.
Natal e presépio revelam uma contradição: ao assumir na carne as limitações da vida humana, Deus eliminou toda distância e superou toda separação. Porque é livre, cada pessoa pode não viver nesta mesma dinâmica divina do amor e, de algum modo, vai experimentar o paradoxo de uma vida fechada em si mesma. Natal é linguagem divina. Presépio é pedagogia humana para que, na abertura ao mundo, se possa descobrir o que é essencial. Então seremos capazes de sentir, mesmo na precariedade da vida que, “Deus armou sua tenda entre nós, e vimos sua glória, e da sua plenitude TODOS nós recebemos graça sobre graça” (Jo 1,14.16).

Frei Regis Daher, ofm

Evangelho do Dia

Lc 1, 46-56




Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo, segundo Lucas – Naquele tempo, 46E Maria disse: Minha alma glorifica ao Senhor, 47meu espírito exulta de alegria em Deus, meu Salvador, 48porque olhou para sua pobre serva. Por isto, desde agora, me proclamarão bem-aventurada todas as gerações, 49porque realizou em mim maravilhas aquele que é poderoso e cujo nome é Santo. 50Sua misericórdia se estende, de geração em geração, sobre os que o temem. 51Manifestou o poder do seu braço: desconcertou os corações dos soberbos. 52Derrubou do trono os poderosos e exaltou os humildes. 53Saciou de bens os indigentes e despediu de mãos vazias os ricos. 54Acolheu a Israel, seu servo, lembrado da sua misericórdia, 55conforme prometera a nossos pais, em favor de Abraão e sua posteridade, para sempre. 56Maria ficou com Isabel cerca de três meses. Depois voltou para casa. – Palavra da salvação.
Reflexão:  
Maria reconhece, no canto do magnificat, que Deus realizou maravilhas em sua vida, mas que esta realização não foi somente para ela e que não é um fato isolado na história do povo de Deus, de modo que as maravilhas que Deus realiza nela são, na verdade, para todo o povo de Deus, uma vez que pelo seu Filho virá a salvação para todos os povos. Sendo assim, devemos compreender que quando Deus realiza maravilhas nas nossas vidas, essas maravilhas não são apenas para nós, mas a todas as pessoas a partir de nós, e quando Deus realiza maravilhas nas vidas das outras pessoas, também somos beneficiados por ele.

Natal - Quando o Altissiomo Abre Mão de Sua Onipotência

A humildade é a  veste de Deus Isaac, o Sírio (VII século)
O encontro com Deus só se produz na humildade. É preciso que me entendas bem: trata-se da humildade de Deus, antes de tudo, porque como dizia São Francisco de Assis, Deus é humildade e ele sempre se abaixa quando quer falar conosco”  (Enzo Bianchi)

1. Natal é festa do coração franciscano. Desde a nossa mais tenra idade estamos acostumados a ouvir falar de Greccio, do presépio, da ternura que Francisco tinha pelo menino das palhas, do carinho que devotava à Paupércula Maria que oferecia o leite generoso de seu peito para alimentar Deus carente e pobre. Francisco “recordava-se em assídua meditação das palavras e com penetrante consideração rememorava as obras do Senhor. Principalmente a  humildade da encarnação e a caridade da paixão, de tal modo ocupavam sua memória, que mal queria pensar em outra coisa. Deve-se, por isso, recordar e cultivar em reverente memória o que ele fez no dia do Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo, no terceiro ano antes do dia de sua gloriosa morte, na aldeia que se chama Greccio” (1Cel 84). Ele queria ver com os próprios olhos, plasticamente, aquilo que havia se passado na noite do Oriente, na cidade de Belém, quando Deus resolveu ser o Deus-conosco. Quantas e quantas vezes participamos de encenações e celebrações que retomaram as palavras e os gestos de Francisco.
2. Aprendemos a ver o Poverello, perto do “berço” do Menino, tomando dois galhos e inventando um violino. Um dançarino que vive a festa da visita de um Deus que não esmaga, nem tira o fôlego, mas que estende a mão para ser socorrido, que precisa do leite generoso do seio de sua Mãe, que solicita ser cuidado como todas as frágeis crianças que vêm ao mundo. Para nós, não existe Natal sem as cores franciscanas de Greccio.
3. Mais uma vez vivemos essa atmosfera de dezembro. As pessoas correm de um lado para o outro, meio perdidas, meio aturdidas. Pressa, compras, consumo, certa alegria, ornamentações extremamente artísticas nos suntuosos centros comerciais das grandes cidades. Os comerciantes não sabem o que fazer para atrair a clientela e para terem resultados financeiros superiores aos do ano passado. Perfumes, sofisticados celulares, chocolates, roupas, sapatos, bolsas: tudo enfeitado em guirlandas, envolvidos em papeis coloridos, luzes cintilantes. Pelos corredores, música envolvente. Papai Noel sentado num trenó espera crianças que se assentem a seu lado para serem fotografadas.   Estas ficam extasiadas esperando a noite dos presentes. O amado ou amante compra para a amada ou amante um colar de diamantes, presente de Natal.  Nas casas cintilam as lâmpadas (made in China), na árvore da sala, nas plantas do jardim e nos arcos das  varandas. Há luz e alegria. Mas pode ser que nessas catedrais do consumo e mesmo em muitas casas se tenha esquecido da figura central e mais importante:  o menino das palhas. Sim, há aqui ou ali um presépio. Mas basta isso? Pode ser que tenhamos tirado de caixas de papelão que estavam no sótão ou no porão as figuras do presépio:  os personagens centrais, os pastores, os animais, os anjos, o casario e a fonte que jorra água de verdade. Tudo isso faz parte da decoração exterior, dum certo folclore. Pode mesmo ter acontecido que alguns tenham seguido os textos desses livrinhos de novenas de Natal, livrinhos cheios de palavras  piedosas  ou  libertárias que repetem o que já sabemos.  O importante seria se viéssemos a nos reencantar com o fato: Deus se torna fragilidade.
4. A onipotência de Deus se manifesta em sua fragilidade. Lá no final de sua trajetória tudo fica claro: um jovem adulto sem apoios externos, um ser na plenitude de suas forças sendo ridicularizado, despojado de tudo, vilipendiado, amarrado, desrespeitado, insultado, abandonado. Remexendo-se de dor no alto da cruz, torturado pela sede,  tentado pelo desânimo, sorvendo gole após gole o cálice da amargura: um ser frágil que ali atinge o ápice da fragilidade.  Fragilidade que acompanhou seus dias: sem casa, sem propriedades, sem mesmo pedra para reclinar a cabeça, buscando  sempre abrigo no interior do coração de pessoas que iam se fechando  a ele, não lhe restando outra coisa senão tomar o bastão e buscar abrigo em outros corações. Tudo havia começado lá naquela noite antiga do Oriente, na singeleza do começo da aventura de Deus na terra dos homens, na noite despojada da gruta de Belém.
Sim, perto de nós e à nossa volta está a fragilidade de Deus.
5. Uma frágil criança, sem vontade própria, que não fala… Assim Deus vem à humanidade. Não como um conquistador ou um dominador, mas através de um presente que nos é feito. A pobreza desse nascimento tem tudo a ver com sua Paixão dolorida. Um Deus que se desapropria. Como que a dizer que o amor que salva é sempre desapropriação. Natal  é a revelação de um Deus de humildade, que não vem obrigar o homem reconhecê-lo  pelo medo. Quando chega a plenitude dos tempos e chega o momento das  revelações, ficamos todos pasmos de ver a fragilidade de Deus. “Deus criança! Talvez estranhássemos menos se Deus tivesse ganhado corpo num adulto com belo porte, um militar graduado ou chefe de Estado. A criança, contrariamente, é a figura da humanidade dependente que precisa ser alimentada, vestida, assistida em todos os momentos. A criança tem os olhos voltados para aqueles que têm a força, o ter e  o poder. A criança necessita aprender.  Aquele que é o Verbo necessita aprender a falar, esse Verbo que vai de um extremo  ao outro da terra. Terá que aprender a andar. Deus perde sua onipotência. Ele se desarma totalmente e  se submete à escolha de nossa liberdade. Deixará a todos os homens o poder sobre o mundo. Um Deus que se torna criança.
6. Deus é o criador. Tira do nada as estrelas e o ser humano do pó da terra.  Agora, depois do pecado do homem, vai começar um mundo novo em que Deus se torna uma criança despojada, um Deus desapropriado. Começa agora um mundo novo que esse Menino chamará de  Reino. Um reino que começa na fragilidade do rosto de uma dependente criança e que será inaugurado com a entrega irrestrita de um condenado à morte sem defesa. Um começo novo, distante do poder. “A liturgia do advento é um caleidoscópio de imagens de nascimento  e de novidade:  é um jardim que surge no meio do deserto, é a libertação dos que estavam na prisão, é a expectativa realizada. Quem reconhecerá isso nos traços de um recém-nascido? Alguns pastores humildes em sua condição social; magos, humildes buscadores de verdade. Esses nos abrem os caminhos. Ela continua sempre aberta” (Christophe Chaland). Um Deus que abre mão de sua onipotência e é buscado pelos pequenos da face da terra.
7. “Enquanto um profundo silêncio  envolvia o universo e a noite ia no meio do seu curso, desceu do céu, ó Deus, de seu trono real, a vossa Palavra onipotente (Antífona de entrada da Missa de 30 de janeiro, inspirada em Sabedoria  18,14-15).  No belo tempo do Natal, essas palavras soam forte aos nossos ouvidos. O Deus que se torna frágil aparece no quadro do silêncio e não do espalhafato e das proclamações ruidosas. Trata-se de um nascimento comum. Talvez para deixar de pensar no chocante que é esse nascimento de Deus numa criança fomos aos poucos sobrecarregando o Natal com elementos perfeitamente acessórios: Papai-Noel, os presentes, a ceia. Tudo só tem sentido quando colocado em relação às núpcias de Deus com a humanidade: “Teu autor te desposará!” Com Cristo e no Cristo somos uma só carne”. Não é por isso que, no final do tempo do Natal, costuma-se ler o evangelho das Bodas de Caná? Por ocasião do nascimento de Jesus, os evangelistas não mencionam nenhuma palavra de Maria ou de José.  Eva, no Gênesis, é mulher prolixa. Maria, quieta, guarda todas as coisas no fundo do coração.  A razão é que esta criança disse tudo, ele é toda Palavra divina e humana  (Pensamentos de Marcel  Domergue, SJ, in Croire Aujourd’hui,  n. 251).
8. Tempos novos, tempos de simplicidade.  Tempos de facilitar a encarnação de Deus no humano. Hoje, mais do que nunca, precisamos mostrar um Deus humilde que chega perto de nós. Ele está nos campos de concentração de ontem e de hoje, está nessas chacinas que ceifam a vida de seres queridos.  No coração de tudo está não o Deus tonitruante, mas  o Deus frágil,  tão frágil como o menino das palhas, tão frágil como o torturado do Gólgota. Natal, tempo de serena e profunda alegria. Um menino nasceu para nós. Um Deus que vem bater as batidas de seu coração ao ritmo da batida de nosso peito. Um Deus que abdica de sua onipotência para estar perto da humanidade.
9. Por vezes, temos a impressão que muitos se mostram indiferentes à fé cristã e  à Igreja. Há sensível e preocupante diminuição dos fiéis cristãos. Nossas assembleias dominicais contam com poucos participantes e a grande maioria,  em muitos lugares, constituída de pessoas idosas. Nem sempre a Igreja consegue ser expressibilidade da força do Evangelho. A festa do Natal, esse momento em que vemos um Deus que abdica do poder e abre mão da onipotência nascendo criança e fragilidade não seria um momento em que nós, discípulos de Cristo e membros da Igreja, venhamos a agir cristã e pastoralmente simplesmente a partir da pobreza do Deus das palhas?
10. Nada de tristeza, nada de espírito sombrio. Na pobreza do Natal, a alegria explode. Para Francisco, não existe sexta-feira nem abstinência quando o Natal cai em sexta-feira:  “Beijava em famélica meditação as imagens daqueles membros infantis, e a compaixão pelo Menino, derretida em seu coração, fazia-o mesmo  balbuciar  palavra de doçura à moda de crianças. E este nome era para ele como o mel e o favo na boca. Uma vez que conversava sobre a questão de não comer carnes, porque era dia de sexta-feira, ele respondeu a Frei Mórico, dizendo: Irmão, pecas ao chamar de sexta-feira o dia em que o Menino nos foi dado. Quero que até as paredes comam neste dia e, se não podem,  pelo menos sejam esfregadas com carne por fora”. Que todos saibam que Deus se tornou fragilidade e abdicou de sua onipotência para poder viver perto de nós nossa aventura humana! É festa para sempre na terra dos homens!

Frei Almir Ribeiro Guimarães


Fonte: www.franciscanos.org.br